Portal DCI - Renato Carvalho
O Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga há um ano o banco HSBC por acusação de espionagem ilegal de bancários em licença médica
O Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga há um ano o banco HSBC por acusação de espionagem ilegal de bancários em licença médica. A informação foi revelada ontem por dirigentes sindicais da categoria. O caso chegou ao conhecimento do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, em junho de 2011, por meio de uma denúncia anônima. No mês seguinte, a entidade acionou o MPT, que abriu um procedimento de investigação.
“O HSBC contratou uma empresa para saber se os trabalhadores afastados tinham outras atividades fora do banco e, para isso, fez filmagens, fotografias, seguiu as pessoas em supermercados, faculdades, academias, invadindo a privacidade delas e de suas famílias”, afirma o presidente do sindicato, Otávio Dias.
De acordo com a denúncia, o HSBC contratou uma empresa privada de investigação para vasculhar a vida privada de pelo menos 164 bancários, entre 1999 e 2003. A maioria desses trabalhadores estava em licença médica em razão de doenças ocupacionais.
Segundo os sindicalistas, também houve quebra de sigilos bancários, tanto de trabalhadores quanto de seus familiares, inclusive de contas abertas em outros bancos. Eles contam que a espionagem ilegal ocorreu nos estados das Regiões Sul e Sudeste. Com sede em Londres, o HSBC tem mais de 800 agências no Brasil. O procurador do MPT, Humberto Mussi, informou que, por enquanto, não comentará o assunto. Por meio da assessoria de imprensa do órgão, o procurador disse que a apuração do caso é complexa e sigilosa.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Bancários afastados tiveram vidas íntimas espionadas
Paraná Online - Claudia Prati
Segundo a denúncia encaminhada pelo Sindicato dos Bancários da Grande Curitiba, trabalhadores afastados por doenças ocupacionais tiveram suas vidas íntimas espionadas pela instituição financeira em seis estados - Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo -, a maior parte deles em Curitiba.
O presidente do sindicato, Otávio Dias, contou que em junho de 2011 a entidade recebeu um dossiê anônimo contendo 18 horas de gravações em vídeo, fotos, além de notas de pagamento do banco à SPI Agência de Informações Confidenciais, de Curitiba, entre outros documentos contendo os mínimos detalhes da rotina dos funcionários, seus amigos e familiares. Foram registrados momentos de lazer, compras em farmácia, idas ao mercado, quebras de sigilos bancários e lixos remexidos.
“Esta prática extrapola todos os limites. Não podemos admitir que um banco faça isso com seus funcionários. É assustador e vergonhoso”, avalia. Segundo ele, não é a primeira vez que o HSBC age assim. “Os dirigentes sindicais também já tiveram seus telefones grampeados pela empresa”, cita. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, conta que eles inventavam as mais variadas desculpas, entravam dentro das residências dos bancários e vasculhavam o lixo deles para ver o tipo de bebida e de comida que consumiam.
O assessor jurídico do sindicato, Nasser Ahmad Allan, explica que, caso a prática seja comprovada, indica grave dano moral coletivo, dano moral social e violação do direito à intimidade e dos direitos humanos. Consta no dossiê que a intenção do HSBC era pesquisar se o funcionário afastado tinha alguma atividade extra ou outro motivo que justificasse a licença.
Investigação corre sob sigilo - O HSBC informou, via assessoria de imprensa, que o caso ainda está em trâmite judicial e que, por esse motivo, prefere não se pronunciar a respeito. O procurador do MPT-PR responsável pela investigação, Humberto Mussi de Albuquerque, disse que o caso é bem complexo e corre em sigilo, porque envolve a intimidade dos trabalhadores. Porém adiantou que já ouviu muitas pessoas e em breve deve anunciar alguma medida.
O Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) investiga suposta invasão de privacidade de 164 funcionários do banco HSBC entre 1999 e 2002.
Segundo a denúncia encaminhada pelo Sindicato dos Bancários da Grande Curitiba, trabalhadores afastados por doenças ocupacionais tiveram suas vidas íntimas espionadas pela instituição financeira em seis estados - Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo -, a maior parte deles em Curitiba.
O presidente do sindicato, Otávio Dias, contou que em junho de 2011 a entidade recebeu um dossiê anônimo contendo 18 horas de gravações em vídeo, fotos, além de notas de pagamento do banco à SPI Agência de Informações Confidenciais, de Curitiba, entre outros documentos contendo os mínimos detalhes da rotina dos funcionários, seus amigos e familiares. Foram registrados momentos de lazer, compras em farmácia, idas ao mercado, quebras de sigilos bancários e lixos remexidos.
“Esta prática extrapola todos os limites. Não podemos admitir que um banco faça isso com seus funcionários. É assustador e vergonhoso”, avalia. Segundo ele, não é a primeira vez que o HSBC age assim. “Os dirigentes sindicais também já tiveram seus telefones grampeados pela empresa”, cita. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, conta que eles inventavam as mais variadas desculpas, entravam dentro das residências dos bancários e vasculhavam o lixo deles para ver o tipo de bebida e de comida que consumiam.
O assessor jurídico do sindicato, Nasser Ahmad Allan, explica que, caso a prática seja comprovada, indica grave dano moral coletivo, dano moral social e violação do direito à intimidade e dos direitos humanos. Consta no dossiê que a intenção do HSBC era pesquisar se o funcionário afastado tinha alguma atividade extra ou outro motivo que justificasse a licença.
Investigação corre sob sigilo - O HSBC informou, via assessoria de imprensa, que o caso ainda está em trâmite judicial e que, por esse motivo, prefere não se pronunciar a respeito. O procurador do MPT-PR responsável pela investigação, Humberto Mussi de Albuquerque, disse que o caso é bem complexo e corre em sigilo, porque envolve a intimidade dos trabalhadores. Porém adiantou que já ouviu muitas pessoas e em breve deve anunciar alguma medida.
Bancários denunciam HSBC por violação de privacidade
Gazeta do Povo - Patricia Pereira
Segundo denúncia do Sindicato dos Bancários, o banco mantinha um dossiê com informações detalhadas sobre 164 funcionários afastados por motivo de saúde
O banco HSBC está sendo acusado de violar a privacidade de funcionários afastados por motivos de saúde. A denúncia foi apresentada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, que afirma existirem dossiês, em posse do HSBC, com informações detalhadas sobre a vida de 164 trabalhadores.
A denúncia se tornou pública nesta quarta-feira (18), durante coletiva de imprensa convocada pelo sindicado, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (Fetec-PR).
Os dossiês conteriam informações de bancários do Paraná, a maioria de Curitiba, e dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Segundo a denúncia, o banco contratou uma empresa especializada em investigação confidencial para verificar se essas pessoas estavam realmente doentes e se tinham outra fonte de renda, para reunir provas caso os bancários entrassem com ação na Justiça contra o HSBC.
Os documentos contariam com 18 horas de gravação, além de fotos, inclusive das lixeiras dos bancários. “A forma como a vida dessas pessoas foi vasculhada é absurda, inclusive mexendo em lixo para ver o tipo de alimentação, de bebidas e medicamentos que elas consumiam”, disse o presidente do sindicato, Otávio Dias, em entrevista por telefone.
As pessoas investigadas tiveram antecedentes criminais levantados e sigilo bancário quebrado, inclusive de outros bancos, para verificação de saldo e tipo de movimentação, segundo a denúncia. Uma pessoa que se passava por vendedor de produtos também teria sido enviada à casa dos trabalhadores afastados para colher mais informações.
O sindicato diz que recebeu uma caixa com 164 dossiês sobre os funcionários afastados, por meio de uma denúncia anônima, em 2011. Em julho do ano passado, os documentos foram encaminhados ao MPT. “Recebemos essa denúncia ano passado, e, tamanha foi a nossa indignação e perplexidade sobre o assunto, que, de imediato, levamos [a denúncia] para que o Ministério Público apurasse os fatos”, disse Dias.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região afirma que ainda vai apresentar uma denúncia à Organização Nacional do Trabalho (ONT) e vai dar andamento a um processo por dano individual, que vai correr além da ação por danos morais coletivos movida pelo Ministério Público.
De acordo com a assessoria de comunicação da Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região (PRT-9), foi instaurado um procedimento investigatório com base nas denúncias e o caso está sob responsabilidade do procurador do MPT Umberto Mussi de Albuquerque.
Segundo a assessoria, as investigações estão em andamento e "várias testemunhas" já foram ouvidas mas, como o processo corre em sigilo por envolver a intimidade dos trabalhadores, o procurador não pode dar entrevista sobre o caso.
Segundo denúncia do Sindicato dos Bancários, o banco mantinha um dossiê com informações detalhadas sobre 164 funcionários afastados por motivo de saúde
O banco HSBC está sendo acusado de violar a privacidade de funcionários afastados por motivos de saúde. A denúncia foi apresentada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, que afirma existirem dossiês, em posse do HSBC, com informações detalhadas sobre a vida de 164 trabalhadores.
A denúncia se tornou pública nesta quarta-feira (18), durante coletiva de imprensa convocada pelo sindicado, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (Fetec-PR).
Os dossiês conteriam informações de bancários do Paraná, a maioria de Curitiba, e dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Segundo a denúncia, o banco contratou uma empresa especializada em investigação confidencial para verificar se essas pessoas estavam realmente doentes e se tinham outra fonte de renda, para reunir provas caso os bancários entrassem com ação na Justiça contra o HSBC.
Os documentos contariam com 18 horas de gravação, além de fotos, inclusive das lixeiras dos bancários. “A forma como a vida dessas pessoas foi vasculhada é absurda, inclusive mexendo em lixo para ver o tipo de alimentação, de bebidas e medicamentos que elas consumiam”, disse o presidente do sindicato, Otávio Dias, em entrevista por telefone.
As pessoas investigadas tiveram antecedentes criminais levantados e sigilo bancário quebrado, inclusive de outros bancos, para verificação de saldo e tipo de movimentação, segundo a denúncia. Uma pessoa que se passava por vendedor de produtos também teria sido enviada à casa dos trabalhadores afastados para colher mais informações.
O sindicato diz que recebeu uma caixa com 164 dossiês sobre os funcionários afastados, por meio de uma denúncia anônima, em 2011. Em julho do ano passado, os documentos foram encaminhados ao MPT. “Recebemos essa denúncia ano passado, e, tamanha foi a nossa indignação e perplexidade sobre o assunto, que, de imediato, levamos [a denúncia] para que o Ministério Público apurasse os fatos”, disse Dias.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região afirma que ainda vai apresentar uma denúncia à Organização Nacional do Trabalho (ONT) e vai dar andamento a um processo por dano individual, que vai correr além da ação por danos morais coletivos movida pelo Ministério Público.
De acordo com a assessoria de comunicação da Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região (PRT-9), foi instaurado um procedimento investigatório com base nas denúncias e o caso está sob responsabilidade do procurador do MPT Umberto Mussi de Albuquerque.
Segundo a assessoria, as investigações estão em andamento e "várias testemunhas" já foram ouvidas mas, como o processo corre em sigilo por envolver a intimidade dos trabalhadores, o procurador não pode dar entrevista sobre o caso.
Segundo a assessoria, se comprovada a veracidade das denúncias, o MPT pode propor ao banco um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou pode propor uma ação civil pública da Justiça do Trabalho.
Outro lado - Por meio de nota, o banco HSBC declarou: "Sobre as acusações do Sindicato dos Bancários de Curitiba sobre investigações entre 1999 e 2002 , o HSBC Bank Brasil informa, por meio da assessoria de imprensa, que este caso ainda está em trâmite judicial e que, por esse motivo, prefere não se pronunciar a respeito."
Outro lado - Por meio de nota, o banco HSBC declarou: "Sobre as acusações do Sindicato dos Bancários de Curitiba sobre investigações entre 1999 e 2002 , o HSBC Bank Brasil informa, por meio da assessoria de imprensa, que este caso ainda está em trâmite judicial e que, por esse motivo, prefere não se pronunciar a respeito."
HSBC é denunciado por espionar 164 funcionários em licença médica
Contraf-CUT
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região promoveu uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (18) para fazer uma grave denúncia contra HSBC, uma situação de completa violação dos direitos humanos de trabalhadores. Em 2011, a entidade recebeu, anonimamente, um arquivo contendo dossiês e demais documentos de uma suposta investigação confidencial contratada pelo banco inglês.
Participaram da coletiva o presidente do Sindicato, Otávio Dias, o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão, o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e o advogado e assessor jurídico Nasser Ahmad Allan.
Invasão de privacidade
Os materiais, produzidos pela SPI Agência de Informações Confidenciais, continham informações de 164 bancários afastados por motivo de saúde. Além de Curitiba, estavam funcionários do interior do Paraná e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nos dossiês, produzidos entre 1999 e 2002, havia fotos dos investigados e familiares, relatório completo da rotina dos trabalhadores, documentação relativa a antecedentes criminais e demais pendências judicias, certidões comerciais e de bens, a quebra de sigilo bancário dos investigados, além de 18 horas de gravação de imagens.
"O banco extrapolou todos os limites ao invadir a privacidade dos seus empregados. Nos documentos da investigação chegam a constar fotos do lixo dos bancários, especulando que tipo de comida, bebida ou medicamento eles faziam uso", afirma Otávio.
"Essa empresa fez filmagens, fotografias, seguiu as pessoas em supermercados, faculdades e academias", conta o dirigente sindical. "Houve casos de arapongas que se disfarçaram de vendedores ou até mesmo de cabos eleitorais para entrar na casas das pessoas. É assustador".
"É inaceitável que qualquer empregador exponha seus trabalhadores a uma situação como esta, principalmente quando estes estão fragilizados pelo adoecimento e pelo afastamento do trabalho", enfatiza o presidente do Sindicato. Junto com o material recebido, estavam ainda contratos e notas fiscais que comprovam a contratação da empresa SPI Agência de Informações Confidenciais pelo HSBC.
O banco solicitou a investigação para verificar se os bancários afastados legalmente possuíam outro vínculo empregatício ou fonte de renda e também para se municiar de provas para descaracterizar o adoecimento por motivo de doença do trabalho.
"O HSBC extrapolou todos os limites do bom-senso e os trabalhadores foram duplamente penalizados, em primeiro lugar por terem adoecido no trabalho e, depois, por terem sido vigiados 24 horas por dia", resume Elias Jordão.
Encaminhamentos
Em julho de 2011, com o intuito de reparar o dano coletivo e não incorrer na prescrição, o Sindicato formalizou a denúncia contra o HSBC junto ao Ministério Público do Trabalho e encaminhou o material recebido anonimamente para investigação e apuração dos fatos.
"Sabemos que o HSBC e a empresa contratada já foram ouvidos. E temos certeza que o Ministério Público agirá em defesa dos trabalhadores, propondo uma ação civil pública que repare os danos coletivos causados pelo banco", explica Otávio.
A entidade também dará encaminhamento a ações de dano moral individual e levará a denúncia contra o HSBC à Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao Governo Federal e demais instâncias de defesa dos direitos humanos.
Nesta sexta-feira (20), o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, participará, em Curitiba, da 14ª Conferência Nacional dos Bancários e deve receber em mãos uma reclamação formal sobre o assunto.
"Vamos fazer uma reunião com parlamentares em Brasília e solicitar a realização de audiências públicas sobre toda essa situação", informou à Agência Brasil o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "Pode até ser o caso de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]."
Ministério Público
Conforme a Agência Brasil, o procurador do MPT encarregado da investigação, Humberto Mussi, informou que, por enquanto, não dará entrevistas. Por meio da assessoria de imprensa do órgão, ele disse que a apuração do caso é complexa e que, por envolver a intimidade dos trabalhadores, também é sigilosa.
Ainda segundo Mussi, muitas pessoas já foram ouvidas nos últimos meses e, "em breve", ele tomará uma decisão a respeito do caso.
HSBC
Procurado pela Agência Brasil, o HSBC não se pronunciou a respeito da denúncia. Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco alegou que acusações relativas ao período de 1999 a 2002 estão em trâmite judicial e que, por isso, a instituição não se manifestará.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região promoveu uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (18) para fazer uma grave denúncia contra HSBC, uma situação de completa violação dos direitos humanos de trabalhadores. Em 2011, a entidade recebeu, anonimamente, um arquivo contendo dossiês e demais documentos de uma suposta investigação confidencial contratada pelo banco inglês.
Participaram da coletiva o presidente do Sindicato, Otávio Dias, o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão, o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e o advogado e assessor jurídico Nasser Ahmad Allan.
Invasão de privacidade
Os materiais, produzidos pela SPI Agência de Informações Confidenciais, continham informações de 164 bancários afastados por motivo de saúde. Além de Curitiba, estavam funcionários do interior do Paraná e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nos dossiês, produzidos entre 1999 e 2002, havia fotos dos investigados e familiares, relatório completo da rotina dos trabalhadores, documentação relativa a antecedentes criminais e demais pendências judicias, certidões comerciais e de bens, a quebra de sigilo bancário dos investigados, além de 18 horas de gravação de imagens.
"O banco extrapolou todos os limites ao invadir a privacidade dos seus empregados. Nos documentos da investigação chegam a constar fotos do lixo dos bancários, especulando que tipo de comida, bebida ou medicamento eles faziam uso", afirma Otávio.
"Essa empresa fez filmagens, fotografias, seguiu as pessoas em supermercados, faculdades e academias", conta o dirigente sindical. "Houve casos de arapongas que se disfarçaram de vendedores ou até mesmo de cabos eleitorais para entrar na casas das pessoas. É assustador".
"É inaceitável que qualquer empregador exponha seus trabalhadores a uma situação como esta, principalmente quando estes estão fragilizados pelo adoecimento e pelo afastamento do trabalho", enfatiza o presidente do Sindicato. Junto com o material recebido, estavam ainda contratos e notas fiscais que comprovam a contratação da empresa SPI Agência de Informações Confidenciais pelo HSBC.
O banco solicitou a investigação para verificar se os bancários afastados legalmente possuíam outro vínculo empregatício ou fonte de renda e também para se municiar de provas para descaracterizar o adoecimento por motivo de doença do trabalho.
"O HSBC extrapolou todos os limites do bom-senso e os trabalhadores foram duplamente penalizados, em primeiro lugar por terem adoecido no trabalho e, depois, por terem sido vigiados 24 horas por dia", resume Elias Jordão.
Encaminhamentos
Em julho de 2011, com o intuito de reparar o dano coletivo e não incorrer na prescrição, o Sindicato formalizou a denúncia contra o HSBC junto ao Ministério Público do Trabalho e encaminhou o material recebido anonimamente para investigação e apuração dos fatos.
"Sabemos que o HSBC e a empresa contratada já foram ouvidos. E temos certeza que o Ministério Público agirá em defesa dos trabalhadores, propondo uma ação civil pública que repare os danos coletivos causados pelo banco", explica Otávio.
A entidade também dará encaminhamento a ações de dano moral individual e levará a denúncia contra o HSBC à Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao Governo Federal e demais instâncias de defesa dos direitos humanos.
Nesta sexta-feira (20), o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, participará, em Curitiba, da 14ª Conferência Nacional dos Bancários e deve receber em mãos uma reclamação formal sobre o assunto.
"Vamos fazer uma reunião com parlamentares em Brasília e solicitar a realização de audiências públicas sobre toda essa situação", informou à Agência Brasil o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "Pode até ser o caso de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]."
Ministério Público
Conforme a Agência Brasil, o procurador do MPT encarregado da investigação, Humberto Mussi, informou que, por enquanto, não dará entrevistas. Por meio da assessoria de imprensa do órgão, ele disse que a apuração do caso é complexa e que, por envolver a intimidade dos trabalhadores, também é sigilosa.
Ainda segundo Mussi, muitas pessoas já foram ouvidas nos últimos meses e, "em breve", ele tomará uma decisão a respeito do caso.
HSBC
Procurado pela Agência Brasil, o HSBC não se pronunciou a respeito da denúncia. Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco alegou que acusações relativas ao período de 1999 a 2002 estão em trâmite judicial e que, por isso, a instituição não se manifestará.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Ministério Público investiga se HSBC espionou bancários em licença médica
Agência Brasil - Fernando César Oliveira (publicado também na Rede Brasil Atual)
Sindicato dos Bancários de Curitiba formalizou há um ano denúncia de que o banco teria invadido privacidade dos afastados para saber se tinham atividades fora do banco
Curitiba – O Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga há um ano o banco HSBC por acusação de espionagem ilegal de bancários em licença médica. A informação foi revelada hoje (18) por dirigentes sindicais da categoria, durante entrevista coletiva realizada em Curitiba. O caso chegou ao conhecimento do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, em junho do ano passado, por meio de uma denúncia anônima. No mês seguinte, a entidade acionou o MPT, que abriu um procedimento de investigação.
"O HSBC contratou uma empresa para saber se os trabalhadores afastados tinham outras atividades fora do banco e, para isso, fez filmagens, fotografias, seguiu as pessoas em supermercados, faculdades, academias, invadindo a privacidade delas e de suas famílias", afirma o presidente do sindicato, Otávio Dias. "Houve casos de arapongas que se disfarçaram de vendedores ou até mesmo de cabos eleitorais para entrar na casas das pessoas. É assustador."
De acordo com a denúncia, o HSBC contratou uma empresa privada de investigação para vasculhar a vida privada de pelo menos 164 bancários, entre os anos de 1999 e 2003. A maioria desses trabalhadores estava em licença médica em razão de doenças ocupacionais.
Segundo os sindicalistas, também houve quebra de sigilos bancários, tanto de trabalhadores quanto de seus familiares, inclusive de contas abertas em outros bancos. Eles contam que a espionagem ilegal ocorreu nos estados das regiões Sul e Sudeste. Com sede em Londres, o HSBC tem mais de 800 agências no Brasil.
O procurador do MPT encarregado da investigação, Humberto Mussi, informou que, por enquanto, não dará entrevistas. Por meio da assessoria de imprensa do órgão, o procurador disse que a apuração do caso é complexa e que, por envolver a intimidade dos trabalhadores, também é sigilosa. Ainda segundo Mussi, muitas pessoas já foram ouvidas nos últimos meses e, "em breve", ele tomará uma decisão a respeito do caso.
As entidades sindicais pretendem fazer a mesma denúncia à Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao governo federal e ao Congresso Nacional. Na próxima sexta-feira (20), o ministro do Trabalho, Brizola Neto, participará, em Curitiba, de conferência nacional dos bancários e deve receber em mãos uma reclamação formal sobre o assunto.
"Vamos fazer uma reunião com parlamentares em Brasília e solicitar a realização de audiências públicas sobre toda essa situação", informou à Agência Brasil o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro. "Pode até ser o caso de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]."
A empresa contratada pelo HSBC para fazer as investigações, de acordo com os sindicalistas, foi a SPI Agência de Informações Confidenciais, cujo nome fantasia seria Centro de Inteligência Empresarial. A empresa é a mesma que, em 2001, foi acusada de ter efetuado grampos nos telefones celulares de sindicalistas a mando do HSBC. Na época, o banco negou as acusações.
As entidades sindicais argumentam que a atual denúncia formulada ao MPT está embasada em documentos originais que vazaram de dentro do próprio banco. "Tivemos acesso aos relatórios da empresa contratada, a contratos e notas fiscais, além de fotografias e mais de 18 horas de gravações em vídeo", relata o advogado Nasser Ahmad Allan, assessor jurídico do sindicato. "Trata-se de uma grave violação da intimidade das pessoas."
A expectativa dos sindicalistas é que o MPT ingresse com uma ação civil pública contra o banco, solicitando indenização por dano moral coletivo. Ações individuais também estão sendo preparadas. "O HSBC extrapolou todos os limites do bom senso e os trabalhadores foram duplamente penalizados, em primeiro lugar por terem adoecido no trabalho e, depois, por terem sido vigiados 24 horas por dia", resume Elias Jordão, presidente da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro no Estado do Paraná (Fetec).
Procurado pela Agência Brasil, o HSBC não se pronunciou a respeito da denúncia. Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco alegou que acusações relativas ao período de 1999 a 2002 estão em trâmite judicial e que, por isso, a instituição não se manifestará.
Sindicato dos Bancários de Curitiba formalizou há um ano denúncia de que o banco teria invadido privacidade dos afastados para saber se tinham atividades fora do banco
Curitiba – O Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga há um ano o banco HSBC por acusação de espionagem ilegal de bancários em licença médica. A informação foi revelada hoje (18) por dirigentes sindicais da categoria, durante entrevista coletiva realizada em Curitiba. O caso chegou ao conhecimento do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, em junho do ano passado, por meio de uma denúncia anônima. No mês seguinte, a entidade acionou o MPT, que abriu um procedimento de investigação.
"O HSBC contratou uma empresa para saber se os trabalhadores afastados tinham outras atividades fora do banco e, para isso, fez filmagens, fotografias, seguiu as pessoas em supermercados, faculdades, academias, invadindo a privacidade delas e de suas famílias", afirma o presidente do sindicato, Otávio Dias. "Houve casos de arapongas que se disfarçaram de vendedores ou até mesmo de cabos eleitorais para entrar na casas das pessoas. É assustador."
De acordo com a denúncia, o HSBC contratou uma empresa privada de investigação para vasculhar a vida privada de pelo menos 164 bancários, entre os anos de 1999 e 2003. A maioria desses trabalhadores estava em licença médica em razão de doenças ocupacionais.
Segundo os sindicalistas, também houve quebra de sigilos bancários, tanto de trabalhadores quanto de seus familiares, inclusive de contas abertas em outros bancos. Eles contam que a espionagem ilegal ocorreu nos estados das regiões Sul e Sudeste. Com sede em Londres, o HSBC tem mais de 800 agências no Brasil.
O procurador do MPT encarregado da investigação, Humberto Mussi, informou que, por enquanto, não dará entrevistas. Por meio da assessoria de imprensa do órgão, o procurador disse que a apuração do caso é complexa e que, por envolver a intimidade dos trabalhadores, também é sigilosa. Ainda segundo Mussi, muitas pessoas já foram ouvidas nos últimos meses e, "em breve", ele tomará uma decisão a respeito do caso.
As entidades sindicais pretendem fazer a mesma denúncia à Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao governo federal e ao Congresso Nacional. Na próxima sexta-feira (20), o ministro do Trabalho, Brizola Neto, participará, em Curitiba, de conferência nacional dos bancários e deve receber em mãos uma reclamação formal sobre o assunto.
"Vamos fazer uma reunião com parlamentares em Brasília e solicitar a realização de audiências públicas sobre toda essa situação", informou à Agência Brasil o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro. "Pode até ser o caso de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]."
A empresa contratada pelo HSBC para fazer as investigações, de acordo com os sindicalistas, foi a SPI Agência de Informações Confidenciais, cujo nome fantasia seria Centro de Inteligência Empresarial. A empresa é a mesma que, em 2001, foi acusada de ter efetuado grampos nos telefones celulares de sindicalistas a mando do HSBC. Na época, o banco negou as acusações.
As entidades sindicais argumentam que a atual denúncia formulada ao MPT está embasada em documentos originais que vazaram de dentro do próprio banco. "Tivemos acesso aos relatórios da empresa contratada, a contratos e notas fiscais, além de fotografias e mais de 18 horas de gravações em vídeo", relata o advogado Nasser Ahmad Allan, assessor jurídico do sindicato. "Trata-se de uma grave violação da intimidade das pessoas."
A expectativa dos sindicalistas é que o MPT ingresse com uma ação civil pública contra o banco, solicitando indenização por dano moral coletivo. Ações individuais também estão sendo preparadas. "O HSBC extrapolou todos os limites do bom senso e os trabalhadores foram duplamente penalizados, em primeiro lugar por terem adoecido no trabalho e, depois, por terem sido vigiados 24 horas por dia", resume Elias Jordão, presidente da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro no Estado do Paraná (Fetec).
Procurado pela Agência Brasil, o HSBC não se pronunciou a respeito da denúncia. Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco alegou que acusações relativas ao período de 1999 a 2002 estão em trâmite judicial e que, por isso, a instituição não se manifestará.
Sindicato dos Bancários denuncia invasão de privacidade cometida pelo HSBC
Rádio CBN Curitiba - Maíra Gióia
Os casos, segundo a denúncia do sindicato dos bancários de Curitiba e Região, teriam acontecido entre 1999 e 2002. Cento e sessenta e quatro funcionários do HSBC afastados por problemas de saúde teriam tido a vida investigada por uma empresa contratada pelo Banco.
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Os casos, segundo a denúncia do sindicato dos bancários de Curitiba e Região, teriam acontecido entre 1999 e 2002. Cento e sessenta e quatro funcionários do HSBC afastados por problemas de saúde teriam tido a vida investigada por uma empresa contratada pelo Banco.
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