quarta-feira, 25 de julho de 2012

Redução de postos de trabalho e jornada extensiva afetam bancários

Rádioagência NP - Daniele Silveira

Apesar do número de empregos no setor bancário ter crescido durante a última década, hoje o total de trabalhadores representa apenas 69,4% do quadro de funcionários de 1990. Atualmente, são 508 mil bancários no país, enquanto no início da última década eram 732 mil trabalhadores. Os dados são do estudo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgado durante a 14ª Conferência Nacional dos Bancários, que encerrou no último domingo (22).

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Leite, a redução dos empregos, acontece principalmente em virtude das mudanças de atuação dos bancos.

“Os bancos deixam de atender a população de maneira geral. Por exemplo, para os bancos não é mais interessante o pagamento de contas, o recebimento de contas na agência bancária, eles querem que as pessoas paguem as contas fora. Eles querem o cliente que possa comprar produtos, fazer investimento.”

Juvandia explica ainda que o quadro insuficiente de funcionários tem gerado extrapolação da jornada de trabalho.

“O que a gente quer é o cumprimento dessa jornada, porque têm trabalhadores que acabam ficando muito tempo no banco. Não tem tempo para família, não tem tempo para cuidar da saúde, não tem tempo para o lazer. Para que os bancos cumpram as jornadas, eles têm que contratar mais trabalhadores.”

Entre as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 10,25%, piso de R$ 2,4 mil, fim da rotatividade e da terceirização, mais contratações e mais segurança nas agências e postos de atendimento.

No primeiro trimestre de 2012, o lucro dos cinco maiores bancos brasileiros chegou a mais de R$ 11 bilhões.






terça-feira, 24 de julho de 2012

Bancários em campanha para reajuste salarial

Paraná Online


Os bancários vão lutar por reajuste de 10,25%, correspondentes à inflação mais 5% de aumento real, na campanha salarial deste ano. A pauta de reivindicações foi aprovada no domingo, na conferência nacional da categoria, em Curitiba, e será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no próximo dia 1.º. 


A data-base é 01 de setembro e as duas primeiras rodadas de negociação estão marcadas para 7 e 8 e 15 e 16 do mês que vem. Além do ganho salarial, os bancários pleiteiam piso igual ao salário mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que é de R$ 2.416; Participação nos Lucros e Resultados (PLR) equivalente a três salários mais R$ 4.961,25 fixos; mais contratações, fim da rotatividade e das terceirizações; fim das metas abusivas e combate ao assédio moral. 


Na conferência, os trabalhadores decidiram intensificar a luta pelo cumprimento da jornada de 6 horas para todos, contratação da remuneração total do bancário e ampliação da campanha pela inclusão bancária.

Segurança - Na pauta, a categoria também pede mais segurança nas agências e postos bancários, Plano de
Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, previdência complementar para todos os trabalhadores, auxílio-educação para graduação e pós-graduação e auxílio-refeição e vale-alimentação -cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00). “Estamos com a categoria bastante mobilizada para termos sucesso em todas as nossas reivindicações”, afirma o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro.

Bancários pedem reajuste salarial de 10,25% e piso de R$ 2.416

Folha Online


Os bancários vão pedir aumento de 10,25% nos acordos salarias deste ano, além de outros benefícios.

A decisão foi anunciada nesta segunda-feira pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e faz parte dos pleitos da categoria decididos na 14ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada no domingo (22), em Curitiba.

O aumento de 10,25% equivale a um ganho real de 5% (descontada a inflação do período).
Além do reajuste, os trabalhadores reinvindicam piso salarial de R$ 2.416 (valor do salário mínimo calculado pelo Dieese), participação nos lucros equivalentes a três salários mínimos mais R$ 4.961,25 fixos, limite da jornada de 6 horas e mais contratações.

O menor salário vigente na categoria, o de escriturário iniciante, é de R$ 1.400 atualmente.

No ano passado, as negociações chegaram a um reajuste de 9% (1,5% de ganho real), segundo o Contraf. Para o piso, o reajuste foi de 12% (4,3% acima da inflação do período).

As reinvidicações serão compiladas em um documento a ser entregue em 1º de agosto à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) para servir como base das negociações, programadas também para o mês de agosto.

Procurada, a Febraban, entidade que representa os bancos, informou que não irá se pronunciar até que o documento com as reinvidicações seja formalmente entregue, no início do próximo mês.

Bancários aprovam pauta que reivindica reajuste de 10,25%

Jornal do Estado

Conferência também decide intensificar a luta pelo cumprimento da jornada de 6 horas para todos

Os 629 delegados (428 homens e 201 mulheres) e 43 observadores de todo o país que participaram da 14ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em Curitiba, aprovaram na plenária final deste domingo (22) a pauta de reivindicações da Campanha 2012, que inclui reajuste de 10,25% (inflação mais 5% de aumento real), piso igual ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416), PLR equivalente a três salários mais R$ 4.961,25 fixos, além de mais contratações e fim da rotatividade, fim das metas abusivas e combate ao assédio moral. Os delegados também aprovaram como bandeira política a construção de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, na qual a sociedade possa discutir e definir qual o papel que os bancos devem desempenhar no país.

A pauta de reivindicações será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 1º de agosto. E já estão marcadas as duas primeiras rodadas de negociação, nos dias 7 e 8 e 15 e 16.

A Conferência também decidiu intensificar a luta pelo cumprimento da jornada de 6 horas para todos, pela contratação da remuneração total do bancário e pela ampliação da campanha pela inclusão bancária, que assegure prestação de todos os serviços financeiros a toda a população, realizada em agências e PABs por profissionais bancários, de forma a garantir atendimento de qualidade, respeitando as normas de segurança e protegendo o sigilo bancário.

As principais reivindicações são:
- Reajuste salarial de 10,25%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97%.
- PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
- Piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38).
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
- Auxílio-educação para graduação e pós-graduação.
- Auxílio-refeição e vale-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00).
- Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e ampliação da inclusão bancária.
- Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.
- Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários.
- Mais segurança nas agências e postos bancários.
- Previdência complementar para todos os trabalhadores.
- Contratação total da remuneração, o que inclui a parte variável da remuneração.
- Igualdade de oportunidades.

Bancários pedem 10,25% de reajuste salarial

Agência Estado, republicado no jornal Gazeta do Povo

Categoria, cuja data-base é 1.º de setembro, soma 500 mil trabalhadores no País


Reunidos neste fim de semana em Curitiba para discutir a pauta da campanha salarial de 2012, bancários de todo o País decidiram levar à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a reivindicação por um aumento de 10,25% nos salários, o que significa reposição da inflação mais 5% de reajuste real. A categoria soma 500 mil trabalhadores em todo território nacional. Entre 2004 e 2011, a categoria conseguiu aumento real acumulado de 13,93%. A data-base dos bancários é 1.º de setembro.


Os cerca de 700 delegados que representam funcionários de bancos públicos e privados de todo o País, reunidos de sexta-feira até este domingo na 14ª Conferência Nacional, decidiram pedir ainda piso salarial no valor de R$ 2.416,38 e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4.961,25.

No documento que será entregue a representantes das empresas financeiras no dia 1.º de agosto, os bancários vão discutir ainda vales-refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 622), relaxamento de metas "abusivas", segurança, empregos, redução de spreads bancários, fim do fator previdenciário, inclusão bancária e combate ao assédio moral.
Em nota distribuída nesta segunda-feira à imprensa, a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, afirma que as instituições financeiras têm "plenas condições" de atender aos pedidos da categoria. "O lucro líquido do setor, somente dos seis maiores bancos em 2011, superou os R$ 52 bilhões", diz.

domingo, 22 de julho de 2012

Saldo de empregos nos bancos cai 83% no 1º trimestre; ministro critica rotatividade no setor


Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – O saldo de empregos gerados pelo sistema financeiro nacional foi 1.144 postos de trabalho no primeiro trimestre deste ano. O resultado representa uma queda de 83,3% em relação ao primeiro trimestre de 2011, quando o setor registrou um saldo positivo de 6,8 mil vagas.
De janeiro a março de 2012, os bancos contrataram cerca de 11,1 mil trabalhadores e demitiram 10 mil. Os números, compilados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese) a partir de dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram divulgados nesta sexta-feira (20).
O salário médio dos bancários demitidos era R$ 4,3 mil. Já o dos novos contratados, R$ 2,6 mil, o equivalente a 61,2% da remuneração dos dispensados. "Estamos muito preocupados, esses dados são alarmantes", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, durante entrevista coletiva em Curitiba. "Os bancos fazem uso da estratégia cruel da rotatividade para reduzir suas despesas com pessoal."
Presente à coletiva, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, também criticou os bancos. "O que vemos é uma espécie de incentivo à rotatividade, que não pode ser um instrumento contábil das empresas para reduzir custos", afirmou.
Rotatividade - O ministro defendeu duas medidas para combater a rotatividade de empregos no país. Uma delas seria a regulamentação do Artigo 239 da Constituição Federal, cujo Parágrafo 4º prevê o pagamento de contribuição adicional por parte das empresas com rotatividade acima da média de seu setor.
"Essa regulamentação seria um mecanismo inibidor muito importante contra a rotatividade", acredita Brizola Neto. "Há projetos sobre isso tramitando no Legislativo, mas sem rito de urgência. Estamos conversando inclusive com os empresários sobre o assunto."
Outra medida seria a adoção, pelo Brasil, da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que dificulta demissões sem justa causa. Datada de 1982, a convenção ainda não foi ratificada pelo país.
Questionado pela Agência Brasil sobre o que falta para o país adotar a convenção, Brizola Neto citou a correlação de forças no Congresso Nacional. "Na época em que eu ainda era deputado, várias vezes pedimos à presidência da Câmara para que a proposta fosse votada, mas a matéria sempre foi barrada nas reuniões do colégio de líderes", disse o ministro.
Brizola Neto informou que  o governo federal prevê gastar R$ 28 bilhões com seguro-desemprego este ano, e que o custo do benefício deve ultrapassar R$ 30 bilhões em 2013. "As demissões são um drama para as famílias afetadas e têm um custo alto para os cofres públicos."
De acordo com o Dieese, a queda na geração de empregos nos bancos é mais acentuada do que no restante da economia. A geração total de empregos no país foi 321,2 mil vagas no primeiro trimestre, uma queda de 27,5% em relação ao mesmo período de 2011. No sistema bancário, a queda foi 83,3%.
A diferença entre as médias salariais dos demitidos e dos contratados também é menor no conjunto da economia do que nos bancos. Gira em torno de 7%, segundo o Dieese.
De janeiro a março de 2012, os cinco maiores bancos do país tiveram um lucro líquido de R$ 11,8 bilhões.
Fusões - O presidente da Contraf criticou ainda as fusões no setor bancário e informou que a entidade pretende solicitar audiências com o Banco Central (BC) e com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para debater o assunto. "A concentração bancária tem sido muito prejudicial à categoria", disse Cordeiro.
Brizola Neto concorda com a confederação. "As fusões do setor financeiro não afetam apenas os bancários, mas também os clientes, porque o valor das tarifas têm aumentado."
Febraban - A Agência Brasil procurou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que divulgou nota informando que mais da metade das demissões de bancários ocorridas em 2010 e, no primeiro semestre do ano passado, teriam sido realizadas a pedido dos próprios funcionários, cuja "grande maioria apenas trocou de banco, o que não gerou rotatividade para o setor".
A federação patronal argumenta que a taxa de rotatividade por iniciativa dos empregadores foi 3% em 2010. "A longa permanência do bancário no mesmo emprego explica porque a média salarial de quem deixa os bancos sempre será maior do que a média de quem entra, pois as pessoas permanecem muitos anos nos bancos e fazem carreira", diz a Febraban. "Os bancários sempre sairão de um banco com salários maiores do que quando entraram."
A nota da Febraban afirma ainda que geralmente os bancários contratados ocupam inicialmente os cargos menores e que a rotatividade não reduz o salário médio do setor. "Nos últimos anos, independente da rotatividade, houve aumento significativo dos quadros nos bancos, com muitas contratações de jovens em início de carreira."

São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia concentram 52% das mortes em assaltos a bancos


Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – O Brasil registrou ao longo do primeiro semestre deste ano pelo menos 27 mortes ocorridas durante assaltos a agências bancárias. Mais da metade desses casos se concentram nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, que, juntos, somam 14 vítimas, o equivalente a 51,8% do total.
Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf) e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Baseada em notícias publicadas por meios de comunicação de todo o país, a pesquisa foi divulgada hoje em Curitiba.
"Os bancos investem na segurança das agências que atendem aos clientes com maior renda, onde o atendimento é feito em salas separadas", afirmou o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, em entrevista coletiva. "Os bancos deveriam ser responsabilizados por esses casos de violência."
De janeiro a junho, o estado de São Paulo teve seis mortes em assaltos a banco. Bahia e Rio de Janeiro, quatro cada. Três mortes ocorreram em Alagoas. No Ceará e em Pernambuco, duas. Outros cinco estados, além do Distrito Federal, registraram uma morte no período: Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul.
Em relação ao primeiro semestre de 2011, quando morreram 23 pessoas, houve um aumento de 17,4% no total de casos. Ao longo de todo o ano de 2010, quando a pesquisa teve início, houve 23 mortes. "Esses números demonstram que há uma tendência de aumento da letalidade dos assaltos", observa José Boaventura Santos, presidente da CNTV.
Das 27 vítimas fatais deste ano, 15 eram clientes e cinco, vigilantes de bancos. Outros três eram policiais. Houveram também três mortes de transeuntes. Um bancário assassinado completa a lista.
Conforme dados do Dieese, os cinco maiores bancos gastaram em segurança e vigilância cerca de R$ 2,6 bilhões em 2011, o que equivale a 5,2% do lucro obtido por eles no período, que chegou a R$ 50,7 bilhões.
O crime conhecido como "saidinha de banco", no qual a vítima é monitorada desde quando ainda está dentro da agência, é o que mais causou mortes. Foram 14 no período analisado. "Os bancos não estão oferecendo condições para que os clientes façam as suas operações com segurança", avalia Santos.
As entidades sindicais defendem que a Lei Federal 7.102, em vigor desde 1983, seja atualizada. Entre as mudanças defendidas estão a obrigatoriedade de portas giratórias antes dos caixas eletrônicos, a instalação de câmeras de monitoramento internas e externas, a exigência de mais de um vigilante em cada agência e a instituição de punições mais duras aos bancos, em caso de descumprimento da legislação. "A lei atual é muito antiga, limita em 20 mil Ufirs [unidades fiscais de Referência] as multas, o que é muito pouco para quem lucra bilhões", diz Cordeiro.
Os sindicalistas propõem ainda medidas como a implantação de biombos entre os caixas e a fila de espera e de divisórias entre os caixas. Outra medida proposta é a isenção de tarifas das transferência de dinheiro entre bancos diferentes. "Defendemos a tarifa zero para as transferências de um banco para outro, porque, hoje, as pessoas preferem correr o risco de serem assaltadas do que pagar altas tarifas", diz o presidente da Contraf.
No próximo mês de agosto, as mesmas entidades devem divulgar uma nova pesquisa nacional, desta vez sobre o número total de ocorrências como assaltos e explosões de caixas eletrônicos.
Procurada pela Agência Brasil, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se manifestou sobre a pesquisa por meio de uma nota assinada pela sua diretoria de comunicação. "A segurança dos seus funcionários e clientes é uma preocupação central dos bancos associados à Febraban", diz a nota, que aponta que as instituições bancárias seguem a legislação federal em vigor.
Segundo a Febraban, a quantidade de assaltos a bancos no Brasil caiu de 1.903, em 2000, para 422, em 2011. "Os investimentos em sistemas de segurança física e eletrônica vem possibilitando que o número de assaltos a banco, em todo o Brasil, venha caindo consistentemente ao longo dos anos."
A entidade afirma ainda que os bancos atuam em estreita parceria com governos, autoridades policiais e Poder Judiciário para combater os crimes e propor novos padrões de proteção.

Dieese: mesmo crescendo nos últimos dez anos, emprego no setor bancário é 70% do total há duas décadas


Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – O total de 508 mil empregos existentes hoje no setor bancário brasileiro, embora tenha crescido ao longo de toda a última década, representa apenas 69,4% do que o setor tinha em 1990. Os dados fazem parte de um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) durante a 14ª Conferência Nacional dos Bancários, encerrada hoje (22) em Curitiba.
Em 1990, havia 732 mil bancários no país. Esse total caiu 46,3% até 1999, quando chegou a 393 mil vagas – uma redução de 339 mil postos de trabalho. Após uma oscilação positiva em 2000, o número voltou, em 2001, ao mesmo patamar de 393 mil vagas. "Durante a década de 1990, esse estoque [de empregos nos bancos] teve queda, especialmente devido ao processo de reestruturação produtiva que atingiu diversos setores da economia brasileira no período", diz o estudo do Dieese.
De 2002 a 2011, por dez anos consecutivos, o total de empregos em bancos apresentou um crescimento contínuo. As 508 mil vagas, registradas no final do primeiro trimestre, representam uma recuperação de 115 mil postos de trabalho em relação a 2001, um crescimento de 29,3% ao longo de pouco mais de uma década.
"A queda do número de empregos bancários, na década de 90, deve-se, principalmente, ao processo de terceirização de serviços, como os de tecnologia e vigilância, uma forma que os bancos encontraram para reduzir custos", disse à Agência Brasil o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro. "Já a recuperação de parte dos postos de trabalho nos últimos anos deve-se também à pressão da sociedade, porque os clientes se deparam com poucos bancários nas agências."
Na última sexta-feira (20), o Dieese divulgou balanço segundo o qual o ritmo de abertura de vagas caiu 83,3% nos primeiros três meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a março deste ano, o saldo positivo foi 1.144 vagas. "Os postos criados este ano foram resultado da contratação de novos bancários pela Caixa Econômica Federal, que abriu 1.396 novos postos", afirma o Dieese. "Sem essa participação, o saldo do emprego bancário no período [primeiro trimestre de 2012] teria sido negativo."
Cerca de 600 bancários, que participaram como delegados da 14ª Conferência Nacional dos Bancários, aprovaram neste domingo a pauta de reivindicações deste ano da categoria, que possui uma convenção coletiva de trabalho de alcance nacional. A data-base dos bancários é 1º de setembro.
Entre as principais reivindicações da categoria estão reajuste salarial de 10,25%, o que inclui 5% de aumento real, fim da rotatividade e da terceirização, piso de R$ 2,4 mil, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais participação nos lucros e mais segurança nas agências e postos de atendimento.
Nos últimos oito anos, os bancários obtiveram 13,9% de aumento real. Apesar disso, a média salarial da categoria cresceu apenas 3,6% no mesmo período, de R$ 4,2 mil, em 2004, para R$ 4,4 mil, em 2011. A categoria culpa a rotatividade por esses números. Os bancos, segundo os bancários, estariam trocando profissionais com salários mais altos por novos empregados com menor remuneração. Entre 2004 e 2011, o lucro dos maiores bancos subiu de R$ 23,3 bilhões para R$ 53,4 bilhões.
A categoria entregará sua pauta de reivindicações no próximo dia 1º de agosto para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), braço sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A primeira reunião de negociação está marcada para os dias 7 e 8 do mesmo mês. "Nossa expectativa é a de que os bancos apresentem uma proposta satisfatória, já que a rentabilidade anual do setor é 23% sobre o patrimônio, o que significa dizer que os bancos dobram de tamanho a cada três anos", diz Cordeiro.
Perguntado se há perspectiva de greve da categoria para este ano, o presidente da Contraf afirmou que o calendário ainda não prevê paralisações. "Teremos agora um processo de negociação e vamos mobilizar a categoria. Só iremos falar em greve se não houver proposta patronal ou então se ela for insatisfatória", disse Cordeiro.