quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bancários podem entrar em greve na terça-feira

Folha de Londrina - Victor Lopes
22/09/2011

A falta de acordo entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), nas mesas de negociações referente às reivindicações da categoria deve levar à paralisação dos bancários a partir da próxima terça-feira. Hoje, os sindicatos de todo o País realizam assembleias orientadas para rejeitar a última proposta feita pelos bancos e discutir o indicativo de greve para o dia 27. Para amanhã, ainda está agendado uma nova negociação entre as entidades, mas ao que tudo indica pelo histórico dos encontros, elas não devem entrar em consenso.

Entre as principais propostas feitas pelos bancários, está o reajuste de 12,8% no salário (inflação do período mais aumento real de 5%), piso referente a R$ 2.297 e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mínimos mais R$ 4,5 mil. Na quarta rodada de negociações, realizada na última terça-feira, a Fenaban ofereceu um reajuste de 7,8% sobre os salários, o que equivale um aumento real de 0,37% acima da inflação medida no período. ''Há sete anos estamos ganhando aumentos reais importantes. Desta vez, não pode ser diferente'', salienta Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina.

Entretanto, o presidente do sindicato tem esperança de que a negociação de amanhã tenha um desfecho diferente do habitual. Ele explica que como o Comando Nacional dos Bancários negou a proposta das instituições ainda na mesa, a Fenaban prontamente sugeriu uma nova conversa. ''Isso é algo inédito e até nos surpreende. Espero que eles levem a negociação a sério e apresentem propostas decentes'', decreta Crivellari.

Isso porque, de acordo com os bancários, nenhuma proposta foi feita pelas instituições no que diz respeito às condições de trabalho, defesa do emprego, melhoria do atendimento, entre outros pontos. ''A Fenaban tem até segunda-feira para apresentar uma nova proposta. Caso isso não aconteça, a greve deste ano promete ser muito forte'', explica o sindicalista.

Em outubro do ano passado, a categoria realizou a maior greve da categoria dos últimos 20 anos, com uma adesão elevada tanto nos bancos privados como nos públicos. ''Tivemos alguns dias que conseguimos, inclusive, deixar todas as agências de um só banco paralisadas'', relembra o presidente do sindicato.

A reportagem da FOLHA entrou em contato com a Fenaban, que não quis se manifestar a respeito do que pode ser alterado nas propostas da entidade na mesa de negociações de amanhã. Através de nota, a entidade disse que ''houve um consenso das entidades para fortalecer as comissões bipartites''. Tais comissões, segundo a Fenaban, ''são fóruns permanentes de negociações que permitem um diálogo para desenvolver novas formas de tratar questões que envolvem os trabalhos bancários''.

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