Paraná Online - Olavo Pesch
A melhora de apenas 0,2 ponto percentual na proposta de reajuste salarial feita nesta sexta-feira (23) pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não é suficiente para evitar a greve dos trabalhadores por tempo indeterminado, a partir de terça-feira (27).
A Fenaban propôs reajuste salarial de 8% na reunião realizada com o Comando Nacional dos Bancários na tarde desta sexta-feira (23), em São Paulo. O pequeno avanço na oferta dos banqueiros ocorreu após os trabalhadores rejeitarem a proposta de aumento de 7,8% nos vencimentos e aprovarem o indicativo de greve a partir de terça-feira (27). A categoria pleiteia uma correção nos salários de 12,8%.
A proposta da Fenaban é que a correção de 8% atinja salários, pisos, benefícios e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) a partir de 1º de setembro de 2011, o que asseguraria aos trabalhadores uma correção acima da inflação pelo oitavo ano consecutivo. Mas o Comando Nacional dos Bancários já rejeitou a oferta e manteve o calendário de greve.
De acordo com a nova proposta, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 1.845,77, para jornadas de seis horas. O auxílio refeição sobe para R$ 19,60 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 336,00 por mês, além da 13ª cesta no mesmo valor, e auxílio creche mensal de R$ 282,24 por filho até 6 anos.
Para a PLR, a distribuição prevista é de 5% a 13% do lucro líquido, podendo chegar a 2,2 salários de cada empregado, mais o pagamento de uma parcela adicional de 2% do lucro líquido, distribuído de forma linear para todos os funcionários. Os limites em valor da PLR também serão reajustados pelo mesmo índice do salário (8%). Para a função de caixa, a PLR pode chegar a quase 4 salários e, no caso do escriturário, ultrapassar os 4 salários.
Não agradou - "Viemos para a reunião com a expectativa de que o índice (de reajuste) avançasse significativamente, mas continua totalmente insuficiente perto das nossas reivindicações", avalia o presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (Fetec-PR), Elias Jordão. "Com o cenário colocado, dificilmente a greve será descartada, mas se os bancos tiverem uma contraproposta, estamos abertos", ressalta.
Na opinião do presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, a proposta não tem mudança real: "além do reajuste salarial, queremos discutir manutenção de empregos, valorização do piso, melhor distribuição de lucros e cuidados com a saúde e condições do trabalho". Como esses tópicos não foram discutidos, as assembleias dos bancários marcadas para o início da noite de segunda-feira (26)irão apenas servir para referendar a greve e organizar o movimento.
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