Bem Paraná
As entidades que participaram da Audiência Pública sobre a segurança nas agências bancárias, realizada ontem, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, decidiram, em conjunto com deputados estaduais, elaborar um caderno de propostas para melhorar a segurança nos bancos e outros pontos de movimentação financeira, como postos de gasolina, mercados e shoppings, que utilizam o serviço de caixas eletrônicos.
Os sindicatos dos Bancários e dos Vigilantes do Paraná, principais interessados na melhoria da segurança nos locais, levaram a reivindicação para a audiência. Além disso, o Sindivigilantes apresentou um balanço de ataques a bancos ou caixas eletrônicos, este último até com o uso de explosivos.
De acordo com dados apresentados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), somente em 2011 foram registrados 1.591 ataques a bancos no país, dos quais 98 ocorreram no Paraná, quarto estado no ranking de investidas dos criminosos. A Polícia Militar informou que apenas nos três primeiros meses de 2012 foram registradas 52 ocorrências envolvendo caixas eletrônicos. Cerca de 1,5 ocorrência por dia.
Na avaliação do presidente da Comissão dos Direitos Humanos e da Cidadania da Assembleia, deputado Tadeu Veneri (PT), a discussão é importante para se pensar em mudanças na legislação. O parlamentar acredita que a debate deve envolver a sociedade, entidades e também as forças de segurança do Estado.
“O objetivo agora será transformar as discussões desta audiência num caderno para que tenhamos uma legislação que ampare bancários, vigilantes e usuários. Não podemos retroagir, é preciso aprofundar este debate para termos uma lei capaz de pensar na arquitetura da segurança”.
Investimentos — Vigilantes e bancários são uníssonos ao exigir mais investimentos na segurança, até pelo tamanho do lucro das instituições no País. As entidades apontam que no ano passado o lucro dos cinco maiores bancos no Brasil chegou a R$ 50,7 bilhões, enquanto o investimento em segurança e vigilância foi de apenas R$ 2,6 bilhões, ou seja, o equivalente a 5,2%.
“Percebemos que os criminosos atacam em locais com estrutura precária de segurança, onde há menos equipamentos para prevenção de assaltos. Então que os bancos façam mais investimentos em segurança, para eliminar riscos e proteger a vida das pessoas”, afirmou o representante da Contraf, Ademir Wiederkehr.
Como parte da ação dos criminosos é dinamitando caixas eletrônicos, embora não seja o único método utilizado, o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, aponta para o problema da carência de fiscalização de explosivos. Para ele, os deputados podem produzir mecanismos legais para apertar a fiscalização deste material.
“Os bancos têm que investir na segurança das pessoas, não somente na segurança do dinheiro. E o Exército brasileiro também, que é o responsável pela liberação de explosivos e artefatos. Hoje a fiscalização é muito precária. Há necessidade de uma fiscalização mais rigorosa. E a Assembleia Legislativa precisa fazer projetos de lei que garantam mais fiscalização e mais segurança, principalmente no transporte de explosivos”, disse Soares. Depois da audiência, os vigilantes realizaram um ato simbólico em agências do Centro Cívico.
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