terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ataques a bancos no Paraná crescem 94%; a cada 10 assaltos no país, um acontece aqui

Rádio Banda B


Os ataques a bancos no Paraná cresceram 94% no primeiro semestre de 2012 e atingiram 109 ocorrências. Isso significa que a cada 10 assaltos do gênero no país, pelo menos um acontece aqui no estado. No Brasil, o índice de assaltos a bancos cresceu 50,48% no primeiro semestre e atingiram 1.261 ocorrências, uma média assustadora de 6,92 por dia. Desses casos, 377 foram assaltos (inclusive com sequestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, e 884 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. No mesmo período do ano passado, foram registrados no Brasil 838 casos, sendo 301 assaltos e 537 arrombamentos.
Os dados são da 3ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com apoio técnico do Dieese, a partir de notícias da imprensa, estatísticas de Secretarias de Segurança Pública (SSP) e os levantamentos de sindicatos e federações de vigilantes e bancários.
A pesquisa foi lançada nesta segunda-feira-feira (20), durante entrevista coletiva, em Curitiba. Os números também superam os dados do segundo semestre de 2011, quando foram verificados 753 ataques, dos quais 331 assaltos e 422 arrombamentos em todo o país.
O Paraná, que aparece em quarto lugar no ranking de assaltos a bancos, um detalhe chamou a atenção: nenhuma morte foi registrada no período. A explicação, segundo observaram os analistas da pesquisa, está no fato de que por aqui os assaltos mais freqüentes acontecem quando a agência está vazia, na madrugada, para a explosão de caixas eletrônicos.
“O aumento de ataques a bancos, sobretudo de arrombamentos, no primeiro semestre deste ano tem a ver com a onda de explosões de caixas eletrônicos, muitos instalados em locais inseguros e desprovidos de equipamentos de segurança”, explica o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba, João Soares. “O Exército precisa melhorar a fiscalização e o controle do transporte, armazenagem e comércio de dinamite”, aponta.
São Paulo é o estado que lidera o ranking, com 289 ataques. Em segundo lugar aparece Minas Gerais, com 165, em terceiro Santa Catarina, com 126, em quarto Paraná, com 109, e em quinto Bahia, com 91.
O levantamento foi coordenado pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, com o apoio do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, da Federação dos Vigilantes do Paraná e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR). O número de casos pode ter sido ainda maior devido à dificuldade de levantar informações em alguns estados e pelo fato de que nem todas as ocorrências são divulgadas pela imprensa.
“Os bancos não podem continuar tratando os arrombamentos como problema de segurança pública, na medida em que ocorrem por causa das instalações vulneráveis de seus estabelecimentos e trazem uma sensação de insegurança para trabalhadores e clientes”, alerta o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias.
Pesquisa nacional sobre mortes em assaltos envolvendo bancos
Outro diagnóstico da violência nos bancos é a pesquisa nacional sobre mortes em assaltos envolvendo bancos, elaborada pela Contraf-CUT e CNTV a partir de notícias da imprensa, com apoio técnico do Dieese.
No primeiro semestre de 2012, o levantamento apurou a ocorrência de 27 assassinatos, média de quatro vítimas fatais por mês, um aumento de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 23 mortes.
São Paulo (6), Rio de Janeiro (4) e Bahia (4) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência foi o crime de "saidinha de banco", que provocou 14 mortes. Já a maioria das vítimas foram clientes (15), seguido de vigilantes (5), transeuntes (3), policiais (3) e bancário (1).
Propostas dos vigilantes e bancários
- Porta giratória com detector de metais antes da sala de autoatendimento com recuo em relação à calçada onde deve ser colocado um guarda-volumes com espaços chaveados e individualizados;
- Vidros blindados nas fachadas;
- Câmeras de vídeo em todos os espaços de circulação de clientes, bem como nas calçadas e áreas de estacionamento, com monitoramento em tempo real e com imagens de boa qualidade para auxiliar na identificação de suspeitos;
- Biombos ou tapumes entre a fila de espera e a bateria de caixas, com o reposicionamento do vigilante para observar também esse espaço junto com a colocação de uma câmera de vídeo, o que elimina o risco do chamado ponto cego;
- Divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos;
- Ampliação do número de vigilantes visando garantir o cumprimento integral da lei 7.102/83 durante todo horário de funcionamento das agências e postos de atendimento;
- Fim da guarda das chaves de cofres e das unidades por bancários e vigilantes, ficando as chaves na sede das empresas de segurança;
- Proibição do transporte de valores por bancários; operações de embarque e desembarque de carros fortes somente em locais exclusivos e seguros; e fim do manuseio e contagem de numerário por vigilantes no abastecimento de caixas eletrônicos;
- Atendimento médico e psicológico para trabalhadores e clientes vítimas de assaltos, sequestros e extorsões;
- Escudos e assentos no interior das agências e postos de atendimento para os vigilantes;
- Instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros;
- Maior controle e fiscalização do Exército no transporte, armazenagem e comércio de explosivos.

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