segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Bancários reclamam de silêncio dos banqueiros

Rede Brasil Atual 

Trabalhadores entendem que fechamento ao diálogo vai apenas fortalecer a greve, que já é vista como a maior dos últimos 20 anos, com a adesão dos funcionários de quase 9 mil agências em todos os estados
São Paulo – A greve dos bancários em todo o país se aproxima do 14º dia, na segunda-feira (10), sem que haja sinalização por parte da Federação Nacional de Bancos (Fenaban) de uma reabertura das negociações. Nenhuma nova reunião é marcada desde o fim de setembro, e a carta enviada pelo comando da paralisação à Fenaban na última semana ainda não foi respondida.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) calcula que esta já seja a maior greve dos últimos 20 anos, com o fechamento de 8.951 agências nos 26 estados e no Distrito Federal. O movimento teve início em 27 de setembro, quando os trabalhadores rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 8%, o que significaria um aumento real de 0,56%.

“Os bancos, cujo lucro cresceu 20% apenas no primeiro semestre do ano, com ganhos de R$ 26,5 bilhões entre as sete maiores instituições financeiras, têm condições de retomar as negociações, melhorar essa proposta e atender às reivindicações da categoria. Os bancários estão abertos à negociação, está nas mãos dos bancos por fim à greve”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Os bancários querem reajuste de 12,8%, o que resultaria em aumento real de 5%, aumento da participação nos Lucros e Resultados, mais contratações, além de uma série de iniciativas para melhorar as condições de trabalho, como o fim das metas consideradas abusivas, o combate ao assédio moral e um atendimento mais cuidadoso dos clientes.

“Os bancários estão indignados com o silêncio e a hipocrisia dos bancos”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, que acusa a Fenaban de divulgar informações falsas na tentativa de desgastar a greve e demonstrar intransigência da categoria. "Além de ignorar as reivindicações da categoria, os bancos desrespeitam o direito constitucional de greve ao utilizar práticas antissindicais, pressionando e intimidando seus funcionários para que furem o movimento. Eles chegam a utilizar helicópteros para levar bancários para os centros administrativos."

A Fenaban não se manifestou a respeito e não divulgou nova data para a negociação. O último comunicado da entidade a respeito da greve foi emitido em 29 de setembro.

Um comentário:

  1. O Silêncio dos Inocentes...banqueiros!!!!

    BANQUEIROS BRASILEIROS E A SUA INTERMINÁVEL E INSACIÁVEL GANÂNCIA


    Os bancários brasileiros entraram em greve em 27 de setembro, numa greve mais do que anunciada. Afinal de contas, a categoria enviou várias sinalizações à Federação Brasileiras dos Bancos (FEBRABAN) de que o não atendimento de suas demandas levaria a uma greve. Mas apesar de estarem entre as instituições brasileiras que mais ganharam com as políticas neoliberais implementadas a partir do governo Collor, os bancos continuam fazendo ouvidos de surdo às demandas de seus funcionários, e praticamente obrigaram a deflagração desta atual greve.

    E os clientes dos bancos e a população que precisa usar as agências? Estes estão sendo deixados à própria sorte, e ainda são submetidos a toda sorte de abuso no tocante à cobrança de juros. Isto sem falar nas filas intermináveis em caixas automáticos, onde este tipo de espera está sendo agravado pelas constantes quedas de sistema.

    Os banqueiros brasileiros deveriam olhar para o que está acontecendo na Europa e nos EUA, onde os protestos estão cada vez mais se concentrando no repúdio da juventude e dos trabalhadores contra os bancos que são vistos como os principais causadores e ganhadores da atual crise econômica que assola os países desenvolvidos. E que nenhum banqueiro reclame se este mesmo tipo de repúdio de manifestação comece a acontecer por aqui.

    Mas enquanto isto não acontece, é preciso dar todo apoio à categoria dos bancários que cada vez mais carrega em seus ombros o peso representado pelo sistema financeiro brasileiro.

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