16/10/2011
Cerca de 700 membros da categoria aprovaram a retomada do atendimento nos bancos de Curitiba e Região Metropolitana nesta segunda-feira
Cerca de 700 pessoas participaram da assembleia, realizada na quadra esportiva do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. O encontro ocorreu entre 16h e 19h. O acordo salarial acertado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é o mesmo para toda categoria: 9% de aumento, com ganho real de 1,5%. A proposta da pauta da Campanha Nacional 2011 reivindicava 12,8% de reajuste para os bancários.
A funcionária do Banco do Brasil Luzia Aparecida Fernandes, 34 anos, votou a favor do reajuste, mas considera a taxa insatisfatória. “Acho pouco o que foi proposto, mas precisamos evitar que aconteça a mesma imposição que aconteceu com a greve dos Correios”, afirma. A paralisação dos funcionários dos Correios encerrou no dia 13 de outubro, após determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Trabalho compensado - Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias, a assembleia foi marcada para o domingo estrategicamente. “Nacionalmente, as assembléias da categoria devem acontecer nesta segunda-feira, mas seria um dia a mais que os trabalhadores teriam que compensar nos bancos”.
Os 18 dias de paralisação da categoria não serão descontados dos trabalhadores, mas compensados. Durante a semana, cada grevista deverá repor em, no máximo, duas horas extras de trabalho diárias até o dia 15 de dezembro. As horas que excederem a data serão anistiadas.
Outras reivindicações - Além do reajuste salarial, a pauta da categoria exigia que o salário inicial dos bancários fosse de R$ 2.297,51 para todas as funções. Na nova tabela de salários aprovada pelos trabalhadores, apesar do aumento, o salário continua variando conforme o cargo: caixa (R$ 1.900,32), escriturário (R$ 1.400,00) e portaria (R$ 976,00).
Os bancários também conquistaram uma Participação nos Lucros e Resultados (PRL) de 90% do salário com R$ 1.400,00 adicionais. A proposta da Fenaban também inclui um aumento de 9% nos auxílios de refeição, alimentação e creche, entre outros. Além disso, os bancos ficam impedidos a partir de agora de explorar os rankings de desempenhos individuais como monitoramento de resultados. A medida deve evitar conflitos entre os funcionários de um mesmo banco.
Outro item da proposta aprovada pelos trabalhadores é a criação de mesas temáticas dentro dos bancos. Assim, os funcionários poderão debater com os superiores nas agências questões como segurança, saúde no trabalho e assédio moral, entre outras.
Para Otávio Dias, a proposta aprovada pela categoria neste domingo representa uma vitória para os bancários. “Alcançamos uma valorização do piso salarial e avançamos nas participações nos lucros e resultados. Além disso, essa greve foi um exemplo de mobilização da categoria”.
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