terça-feira, 18 de outubro de 2011

Com poucas filas, bancários voltam ao trabalho

Gazeta do Povo - João Pedro Schonarth

Categoria terá de fazer hora extra até o dia 15 de dezembro para compensar os 18 dias de paralisação que marcaram a negociação deste ano. Em Curitiba, Caixa amplia atendimento ao público em uma hora



Depois de 18 dias de greve, o retorno aos bancos ontem, em Curitiba e região, registrou movimento intenso no início da manhã, embora filas acima do normal tenham sido observadas em poucas agências.

Em uma agência da Caixa, algumas pessoas que ainda não sabiam que a greve tinha terminado pediam informações para o pagamento de contas. No Banco do Brasil, a quantidade de clientes que queriam entrar na agência era grande, com cerca de 20 pessoas para retirar a senha do atendimento. O professor Cristiano Nunes foi à agência para pagar contas e já esperava uma movimentação maior com o fim da paralisação. “Tenho várias coisas para resolver e já imaginava que iria encontrar filas”, afirma.

A assembleia do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região antecipou o fim da greve no domingo, junto com o de Criciúma, em Santa Catarina, e um dia antes do restante dos sindicatos, com a aprovação da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban): 9% de aumento, com ganho real de 1,5%, uma Parti­cipação nos Lucros e Resul­tados (PRL) de 90% do salário, com R$ 1,4 mil adicionais, além de um au­­men­­to de 9% nos auxílios de refeição, alimentação e creche, entre outros benefícios. A reivindicação da categoria era de 12,8% de reajuste. A decisão do sindicato local em antecipar o término da paralisação foi estratégica para garantir um dia a menos a ser compensado, tendo em vista que já havia a recomendação, em nível nacional, de aceitar a proposta.

De acordo com a Confedera­ção Nacional dos Tra­­ba­­lhadores do Ramo Finan­cei­ro (Contraf), a maioria dos bancários do país já aceitou retornar ao trabalho.

Horas extras - Entre as cláusulas do acordo dos bancários com a Fenaban está a que trata dos dias parados, que não poderão ser descontados dos bancários. Pela proposta, os funcionários terão de compensar os dias que ficaram sem trabalhar com, no máximo, duas horas extras diárias.

Isso não significa, porém, que todas as agências ficarão mais tempo abertas. Na maioria dos bancos, compensação vai ocorrer com trabalhos internos. Esse regime passa a valer a partir da assinatura da convenção coletiva até o dia 15 de dezembro. Depois desta data, as horas extras serão anistiadas.

Apenas nas agências da Caixa Econômica Federal de Curitiba o atendimento ao público será estendido, em uma hora – em vez de funcionar das 10 às 16 horas, as agências estarão abertas das 9 às 17 horas.

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