Gazeta do Povo Online - Fernanda Leitóles e Rodolfo Stancki
Greve dos bancários foi encerrada no domingo (16), depois de 20 dias de paralisação. O atendimento à população ocorria normalmente, de acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região
As 468 agências bancárias de Curitiba e região metropolitana estavam abertas na manhã desta segunda-feira (17). A greve dos bancários foi encerrada no domingo (16), depois de 20 dias de paralisação. O atendimento à população ocorria normalmente, de acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Aproximadamente 700 bancários participaram da assembleia realizada no domingo e votaram pelo fim do movimento. Essa paralisação foi considerada a mais longa dos últimos 20 anos.
O acordo salarial acertado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é o mesmo para toda a categoria: 9% de aumento, com ganho real de 1,5%. A proposta foi apresentada aos bancários na sexta-feira (14). A categoria reivindicava 12,8% de reajuste salarial.
A funcionária do Banco do Brasil Luzia Aparecida Fernandes, 34 anos, votou a favor do reajuste, mas considera a taxa insatisfatória. “Acho pouco o que foi proposto, mas precisamos evitar que aconteça a mesma imposição que aconteceu com a greve dos Correios”, afirma. A paralisação dos funcionários dos Correios encerrou no dia 13 de outubro, após determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias, a proposta aprovada pela categoria no domingo representou uma vitória para os bancários. “Alcançamos uma valorização do piso salarial e avançamos nas participações nos lucros e resultados. Além disso, essa greve foi um exemplo de mobilização da categoria”.
A greve dos bancários havia sido iniciada em 27 de setembro e se estendeu até 16 de outubro. No último dia útil da paralisação, 310 agências bancárias estavam fechadas em Curitiba (232) e região metropolitana (78) na sexta-feira.
Além Curitiba, os bancários de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, Londrina, no Norte do estado, e Maringá, na região Noroeste, também votaram pelo fim da greve em suas assembleias e retornaram ao trabalho nesta segunda-feira.
Trabalho compensado - Segundo Dias, a assembleia foi marcada para o domingo estrategicamente. “Nacionalmente, as assembléias da categoria devem acontecer nesta segunda-feira, mas seria um dia a mais que os trabalhadores teriam que compensar nos bancos”.
Os dias de paralisação da categoria não serão descontados dos trabalhadores, mas compensados. Durante a semana, cada grevista deverá repor em, no máximo, duas horas extras de trabalho diárias até o dia 15 de dezembro. As horas que excederem a data serão anistiadas.
Outras reivindicações - Além do reajuste salarial, a pauta da categoria exigia que o salário inicial dos bancários fosse de R$ 2.297,51 para todas as funções. Na nova tabela de salários aprovada pelos trabalhadores, apesar do aumento, o salário continua variando conforme o cargo: caixa (R$ 1.900,32), escriturário (R$ 1.400) e portaria (R$ 976).
Os bancários também conquistaram uma Participação nos Lucros e Resultados (PRL) de 90% do salário e mais uma parcela fixa de R$ 1.400. Outro benefício será a divisão de 2% dos lucro líquido do banco entre todos os funcionários.
A proposta da Fenaban também inclui um aumento de 9% nos auxílios de refeição, alimentação e creche, entre outros. Além disso, os bancos ficam impedidos a partir de agora de explorar os rankings de desempenhos individuais como monitoramento de resultados. A medida deve evitar conflitos entre os funcionários de um mesmo banco.
Outro item da proposta aprovada pelos trabalhadores é a criação de mesas temáticas dentro dos bancos. Assim, os funcionários poderão debater com os superiores nas agências questões como segurança, saúde no trabalho e assédio moral, entre outras.
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