quarta-feira, 6 de outubro de 2010

14 mil bancários em greve no Paraná

Folha de Londrina
http://www.bonde.com.br/folhadelondrina/index.php?id_folha=2-1--1997-20101006
Fábio Galão

Cai­xas ele­trô­ni­cos fun­cio­nam nor­mal­men­te

Curitiba - A greve nacional dos bancários completa hoje uma semana. Segundo números do movimento grevista, ontem 14 mil trabalhadores do setor estavam em greve no Paraná e 514 agências estavam fechadas. Em Curitiba e região, eram 239 agências e sete centros administrativos fechados, com 10 mil bancários parados. Segundo os grevistas, a adesão diminuiu na região da Capital em razão de dois interditos que reabriram as unidades do Itaú Unibanco e do HSBC.

No final da tarde, a categoria realizou uma assembleia em Curitiba, mas o encontro teve apenas caráter informativo. ''O movimento está sendo positivo. A adesão está sendo bastante interessante. Somente os trabalhadores que sofrem a pressão dos interditos não estão aderindo. Infelizmente, a Justiça interfere muito'', comentou Eustáquio Moreira, secretário de imprensa do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

Na Capital e municípios vizinhos, a greve tem provocado a formação de grandes filas em caixas eletrônicos e lotéricas (no segundo caso, também em razão do prêmio de R$ 115 milhões desta semana da Mega-Sena) em alguns horários. O médico Diego Carvalho relatou à FOLHA que ontem teve que esperar na fila durante quase meia hora para pagar contas em um caixa eletrônico.

''Essa greve é prejudicial. As contas que estão em dia, conseguimos pagar. Agora, se estão atrasadas, não tem jeito. E, às vezes, você precisa tirar uma certa quantia de dinheiro que ultrapassa o limite do caixa eletrônico, e fica sem ter como sacar'', disse Carvalho.

Eustáquio Moreira afirmou que apenas os serviços de atendimento interno não estão sendo prestados. ''Se a pessoa precisa pagar uma conta, pode usar o boleto normalmente no caixa eletrônico. Além disso, existem as opções dos correspondentes bancários e das praças que não aderiram à greve'', afirmou o sindicalista.

Os bancários querem reajuste salarial de 11%, valorização dos pisos, maior participação nos lucros e resultados, combate ao assédio moral, fim de metas consideradas abusivas, mais contratações, entre outras reivindicações. ''Há interesse do comando de greve de negociar e negativas dos bancos. Eles ofereceram apenas a reposição da inflação. É uma proposta irrisória, pela lucratividade que os bancos têm'', apontou Moreira.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) informou que garantiu a reposição da inflação a fim de negociar aumento real, e que aceita discutir os demais benefícios da convenção coletiva, entre eles a participação nos lucros e resultados. A Fenaban acusou os sindicatos de recorrer à tática de ''interromper o diálogo''.

Londrina

Na Região Metropolitana de Londrina, a greve completa uma semana com 67 agências paralisadas, envolvendo mais de 1.400 funcionários. Segundo Wanderley Antonio Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, o número de agências fechadas ''mais que dobrou'' desde o início do movimento. ''Hoje, 70% da nossa base está envolvida na greve. Apenas algumas agências periféricas continuam abertas. As mais centrais estão todas fechadas'', afirma.

Conforme Crivellari, a situação está sob controle com o funcionamento normal de todos os caixas eletrônicos. ''Greve sem transtorno não é greve. Estamos contingenciando para que a população não fique sem poder sacar dinheiro e os aposentados e pensionistas não deixem de receber'', diz. Ele informa que enquanto a Fenaban não se posiciona, a greve segue por período indeterminado. (Colaborou Gisele Mendonça)

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