quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cinco lotéricas foram assaltadas desde o início da greve dos bancos

Gazeta do Povo Online
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06/10/2010 | 19:12 | Felippe Aníbal

Três roubos aconteceram a estabelecimentos de Curitiba e dois, de São José dos Pinhais. Segundo a polícia, crimes foram cometidos pela mesma quadrilha

A greve dos agentes bancários, iniciada no dia 19 de setembro, lançou as casas lotéricas à mira das quadrilhas especializadas em roubos. Dados da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) apontam que, desde que os funcionários dos bancos cruzaram os braços, cinco lotéricas foram assaltadas – três em Curitiba e duas, em São José dos Pinhais, região metropolitana. Segundo a polícia, todos os assaltos foram cometidos pela mesma quadrilha.

O caso que ganhou maior repercussão ocorreu na noite de segunda-feira (4), no Centro de Curitiba. Na ocasião, uma lotérica situada na Rua Doutor Muricy foi invadida por três homens armados. O da Polícia Federal (PF) Edson Martins Matsunaga, 45 anos, , saía de uma unidade da corporação – ao lado da lotérica – quando percebeu a ação dos bandidos. Matsunaga tentou impedir o assalto, mas foi baleado e morreu a caminho do hospital.

No mesmo dia, uma casa lotérica situada na Rua Comendador Araújo, no Batel, também foi roubada. “Há suspeitas de que a quadrilha tenha assaltado este estabelecimento do Batel e ido direto à lotérica do Centro, onde o policial federal foi morto”, disse o superintendente da DFR, Hélcio Piassetta. O mesmo estabelecimento já havia sido roubado na semana anterior.

Em São José dos Pinhais, duas lotéricas foram assaltadas desde o início da greve dos bancos – uma no Centro, outra no bairro São Marcos. A Guarda Municipal atua em conjunto com a DFR para prender a quadrilha.

Imagens e procedimento

As imagens do circuito de segurança das lotéricas assaltadas mostram que os bandidos agem da mesma maneira. Os crimes sempre são cometidos por dois homens – aparentemente jovens. Eles se passam por clientes, até que um anuncia o assalto. Um dos bandidos fica na porta, com arma apontada aos clientes, enquanto o outro, também armado, arromba a porta que dá acesso aos caixas e efetua o roubo.

De acordo com a DFR, pelo menos outros dois homens ficam do lado de fora, dando cobertura e esperando os comparsas para a fuga. Nos assaltos às lotéricas de São José dos Pinhais, a Guarda Municipal confirmou que foram usados carros roubados na ação.

“Este grupo é composto por pelo menos quatro pessoas, que revezam de função nos assaltos. Em um roubo, dois entram e rendem as vítimas. Na outra ação, eles vão ficar fora para dar cobertura”, explica Piasseta.

Além da greve dos bancos, o prêmio acumulado de R$ 115 milhões da Mega-Sena também contribuiu para aumentar as filas nas casas lotéricas e para chamar a atenção dos bandidos para estes estabelecimentos.

Policial federal assassinado

O agente da PF Edson Martins Matsunaga, 45 anos, morreu quando era levado ao Hospital Evangélico em um taxi. Ele foi atingido por um tiro, ao tentar impedir o assalto à lotérica da Rua Doutor Muricy, no dia 4 de outubro.

Um dos acusados de participação no roubo, Douglas Cândido Rodrigues, de 23 anos, foi detido pela PF. O rapaz é foragido da Colônia Penal Agrícola e já tem passagens por roubo e porte ilegal de arma. Outros dois bandidos conseguiram fugir em uma motocicleta. A polícia investiga a suposta participação de uma mulher loira, que daria cobertura à quadrilha em um Palio.

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