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Publicado em 08/10/2010 | Felippe Aníbal e Gabriel Azevedo
Só nesta semana foram cinco assaltos a casas lotéricas feitos por uma mesma quadrilha: um policial federal morreu durante o crime
Como as lotéricas estão operando igual a pequenas agências bancárias, o policiamento acabou se voltando a elas durante as duas últimas semanas. O superintendente da DFR, Hélcio Piasseta, confirma que os assaltos em lotéricas estão em alta por causa da greve dos bancários, apesar de não haver estatísticas sobre o assunto. “As lotéricas estão atuando como verdadeiras instituições financeiras, mas não têm o aparato de segurança necessário. Então, se tornam vítimas fáceis de quadrilhas”, afirma.
O assalto que ganhou maior repercussão ocorreu na noite de segunda-feira, no centro de Curitiba, justamente ao lado de uma delegacia da Polícia Federal (PF). A lotérica está situada na Rua Doutor Muricy e foi invadida por três homens armados. O agente da Polícia Federal Edson Martins Matsunaga, 45 anos, saía da unidade da corporação quando percebeu a ação dos bandidos. Matsunaga tentou impedir o assalto, mas foi baleado e morreu a caminho do hospital.
No mesmo dia, uma casa lotérica situada na Rua Comendador Araújo, no Batel, também foi roubada. “Há suspeitas de que a quadrilha tenha assaltado primeiro a do Batel e depois ido direto à lotérica do Centro, onde o policial federal foi morto”, afirma Piassetta. O mesmo estabelecimento já havia sido roubado na semana anterior.
Em São José dos Pinhais, uma das lotéricas assaltadas está no Centro e outra no bairro São Marcos. A Guarda Municipal atua em conjunto com a DFR para prender a quadrilha.
Um dos acusados de participação no roubo, Douglas Cândido Rodrigues, de 23 anos, foi detido pela PF no dia do crime. O rapaz é foragido da Colônia Penal Agrícola e tem passagens por roubo e porte ilegal de arma. Outros dois acusados conseguiram fugir. A polícia investiga ainda a participação de uma mulher loira, que daria cobertura à quadrilha em um automóvel Palio.
Esquema
As imagens do circuito de segurança das lotéricas assaltadas mostram que os bandidos agem da mesma maneira. São dois homens aparentemente jovens que se passam por clientes, até que um anuncia o assalto. Um dos bandidos fica na porta, com arma apontada aos clientes, enquanto o outro, também armado, arromba a porta que dá acesso aos caixas e efetua o roubo.
De acordo com a DFR, há ainda outros dois homens que ficam do lado de fora, dando cobertura e esperando os comparsas para a fuga.
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