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28/09/10 às 20:39 | Ana Ehlert, JE
Movimento segue por tempo indeterminado e deve contar com adesão geral
Sem negociações, os bancários de Curitiba votaram pela greve geral por tempo indeterminado a partir de hoje. A assembleia realizada na sede do Espaço Cultural e Esportivo do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana contou com mais de 1.200 bancários. Permanecerá em funcionamento apenas o setor de compensação dos bancos, segundo as informações do sindicato que atende a 18.100 trabalhadores em 446 agências.
Para o consumidor restam as alternativas dos postos de atendimento bancário, as lotéricas, o atendimento online e o autoatendimento dos caixas eletrônicos. Outra saída é procurar agências de bairros, uma vez que os movimentos costumam se concentrar nas agências centrais de Curitiba.
A paralisação segue a orientação do Comando Nacional de Greve. Como argumento, os sindicalistas apontam que os seis maiores bancos que operam no país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) lucraram, somente nos primeiros seis meses de 2010, cerca de R$ 21,7 bilhões, resultado quase 32% superior ao do mesmo período de 2009 e uma rentabilidade média sobre o patrimônio líquido de 25%. Além disso, segundo dados da Economática, o setor de bancos foi o mais lucrativo entre as empresas de capital aberto na Bovespa no segundo trimestre de 2010 (R$ 10,1 bilhões), ultrapassando inclusive o setor de petróleo e gás.
Contudo, mesmo frente aos sinais evidentes de que a economia brasileira está em alta, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se recusa a negociar um reajuste salarial que contemple aumento real para a categoria bancária. Na quinta reunião de negociação da Campanha Nacional 2010, entre os representantes dos banqueiros e o Comando Nacional dos Bancários, realizada no dia 22, em São Paulo, a classe patronal propôs apenas a reposição da inflação (4,29%, de acordo com o INPC).
Segundo a categoria, ano a ano, a categoria bancária enfrenta condições de trabalho cada vez mais hostis, dominadas por metas abusivas, assédio moral e discriminação. Em média, 1.200 bancários são afastados por mês por licenças-saúde concedidas pelo INSS, metade deles vítimas de LER/Dort ou transtornos mentais.
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