terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bancários devem parar na quarta-feira

Folha de Londrina
http://www.bonde.com.br/folha/folha.php?id_folha=2-1--6820-20100925
Victor Lopes - 25/09/2010

Fenaban rejeita reivindicações da categoria e 2,2 mil profissionais podem aderir à paralisação em Londrina e região

Passado mais de um mês de conversa, quatro rodadas de negociação e nenhum acordo, cerca de 450 mil bancários em todo o País devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) rejeitou - entre diversas reivindicações - a proposta do Comando Nacional dos Bancários de um reajuste salarial de 11%. Os bancos concordaram apenas em repor a inflação dos últimos 12 meses, que é de 4,29% segundo dados do INPC. Caso a Fenaban não faça uma outra contraproposta até segunda-feira, os sindicatos de todo o Brasil convocarão assembleias para terça-feira para programar o início da greve nacional marcada para o dia seguinte.

Em Londrina e região, cerca de 2,2 mil bancários de 130 agências podem aderir ao pedido do Comando Nacional. Segundo Wanderley Antonio Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, o reajuste de 4,29% proposto pela Fenaban ''não passa de uma obrigação''. ''O aumento real está ficando para trás. A média dos lucros dos bancos no primeiro semestre deste ano variou de 29% a 32%. Isto indica que eles podem atender os nossos pedidos'', salientou.

Entre as diversas reivindicações da classe, destacam-se, além do reajuste salarial, uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mínimos mais R$ 4 mil fixos, Planos de Carreiras Cargos e Salários (PCCS) para todos os bancos, medidas para proteger o emprego (como garantias contra demissões sem motivo), fim de metas abusivas, do assédio moral e da falta de segurança. ''A história mostra que para eles (Fenaban) melhorarem a proposta teremos que fazer a greve. Considero o raciocínio dos bancos perverso porque esperam a greve começar para iniciarem realmente as negociações. Por isso o prazo para o término da greve é indeterminado'', comenta o presidente do sindicato.

Crivellari argumenta também que algumas exigências feitas por parte dos bancários vão auxiliar a população diretamente, como o maior número de contratações para atenuar filas e melhorar o atendimento, dois turnos de trabalho (das 9 às 17 horas) e o fim dos correspondentes bancários, no qual a população pode realizar serviços bancários em estabelecimentos comerciais. ''O cliente acaba não tendo nenhum sigilo bancário, esse tipo de serviço deve ser realizado apenas nos bancos. Já aconteceram casos de clientes serem mal tratados em outros estabelecimentos'', completa.

Segundo comunicado à imprensa divulgado pela Fenaban, os bancos esperam uma nova proposta dos bancários para voltar a negociar. A Federação considera inviável o aumento salarial de 11%. A entidade ressalta ainda ''que os reajustes que forem pactuados neste ano serão aplicados sobre uma convenção coletiva considerada 'a melhor do País', que assegura aos bancários uma série de ganhos em termos de remuneração e benefícios''.

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