Jornal Folha de Londrina
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Maigue Gueths
Sindicato garante que grevistas não vão impedir acesso a caixas eletrônicos; Setor pede reajuste salarial de 11%, bancos oferecem 4,29%
Curitiba - A Capital e Região Metropolitana amanheceram ontem com a maioria das agências bancárias fechadas por causa da greve dos bancários. Segundo o Sindicato da categoria, o movimento atingiu os 12 centros administrativos dos bancos e 235 agências de um total de 446, o que significa adesão de 14.450 bancários, o correspondente a 52% dos 17 mil bancários da região.
Ao contrário de anos anteriores, a estratégia adotada desta vez foi de deflagrar a greve em todos os bairros logo no primeiro dia do movimento e não apenas na região central. Em Curitiba, a greve atinge todos os bancos, públicos e privados. Como em outros anos, o HSBC fretou helicópteros para fazer o transporte de funcionários para o Centro Administrativo Xaxim. Segundo o Sindicato, os funcionários estão sendo levados de ônibus do Xaxim até o heliporto do Parque Barigui, de onde são transportados de helicóptero.
''A greve começou muito forte, tivemos uma grande assembleia com mais de 1,2 mil bancários, com disposição de fazer greve por tempo indeterminado. Esperamos que isto tenha um reflexo sobre os banqueiros e eles respondam às negociações'', avaliou o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias.
Segundo o sindicato, os bancários vão ficar em frente às agências, mas não impedirão a entrada dos clientes que quiserem utilizar o caixa automático. Além do autoatendimento nos caixas, os clientes também poderão usar a internet ou as casas lotéricas para fazer pagamentos.
Além de Curitiba e Londrina, sindicatos com base em mais de 10 cidades do Estado entraram em greve ontem, de acordo com levantamento das duas federações que representam os sindicatos da categoria. Segundo a FETEC-CUT-PR, que representa cerca de 80% dos bancários do Estado, dos 23.600 bancários de sua base, cerca de 17 mil aderiram ao movimento. Além de Curitiba, entraram em greve 2.629 bancários de todos os bancos das bases dos Sindicatos de Londrina, Apucarana, Assis Chateaubriand, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Paranavaí, Toledo e Umuarama. No interior, foram fechadas 152 agências.
Entre os sindicatos representados pela FEEB-PR, os bancários de Maringá, iniciaram a greve na Caixa Econômica Federal e privados e em Paranaguá, apenas na Caixa e Banco do Brasil. Ontem à noite os sindicatos de Cascavel, Goioerê e Telêmaco Borba realizariam assembleias para definir pela adesão ou não à greve, e hoje os bancários de Foz do Iguaçu e Ponta Grossa também se reúnem para avaliar a entrada no movimento. Os sindicatos de Arapoti, Pato Branco e União da Vitória aprovaram estado de greve e têm assembleias na segunda-feira.
O Paraná possui 1.330 agências bancárias e 29.846 bancários, de acordo com dados do Caged, de agosto de 2010.
As principais reivindicações da categoria são reajuste salarial de 11%; piso salarial de R$ 2.157,88; participação nos lucros e resultados (PLR) e benefícios, como vale-refeição, vale-alimentação e auxílio creche com valor de um salário mínimo cada um. Os banqueiros propuseram até agora apenas a reposição da inflação (4,29%, de acordo com o INPC).
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