Folha de Londrina
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Victor Lopes
Decisão foi tomada ontem em assembleia do Sindicato dos Bancários de Londrina; Curitiba e Paranaguá também param por tempo indeterminado
A partir de hoje os bancários de Londrina estão em greve. Numa decisão praticamente unânime, o Sindicato dos Bancários da cidade decidiu que tantos os bancos públicos quanto os privados devem ter os serviços paralisados. Na cidade, a greve deve começar nos bancos da região central, com comitês de esclarecimentos - ou piquetes - instalados em diversas agências, seguindo para as unidades localizadas nos bairros durante o dia. Pagamentos para servidores públicos, aposentados e máquinas de autoatendimento irão funcionar em alguns pontos estratégicos.
Segundo Wanderley Antonio Crivellari, presidente do sindicato, a expectativa é começar a greve com pelo menos 50% de adesão do total dos 1,5 mil bancários. ''Tivemos uma adesão muito boa nos bancos privados e também na Caixa e Banco do Brasil. Onde pudermos parar nós vamos parar. A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) foi intransigente, não querendo realizar nenhum tipo de negociação. Vamos começar com a greve bem forte no centro da cidade'', ressalta Crivellari.
A paralisação começa sem prazo para terminar. Wanderley comenta que os bancários vão esperar um posicionamento da Fenaban sobre suas exigências feitas ao decorrer de todo o mês de setembro.
Entre as reivindicações, destacam-se o reajuste salarial de 11%, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mínimos mais R$ 4 mil fixos, fim de metas abusivas, do assédio moral e falta de segurança. ''Agora, vamos esperar um posicionamento da Fenaban. Poderíamos ter resolvido tudo num acordo de mesa, mas eles não quiseram. Não mudamos absolutamente nada na nossa minuta de reivindicações'', comenta o presidente.
Crivellari acredita que a greve deve se estender por todos os estados. ''Sabemos que a greve causa transtornos, por isso não deixaremos de efetuar o pagamento para aposentados e servidores públicos. O lucro dos bancos foi muito grande nesse primeiro semestre, vai depender muito da nossa força para eles (Fenaban) se mexerem'', salienta.
Os bancários que conversaram com a FOLHA ao término da assembleia estavam satisfeitos com a decisão. Um deles é Sérgio Dinato, bancário há 30 anos. ''Estamos cansados com o descaso dos bancos. Todas as negociações que tentamos não deram em nada'', finaliza.
Curitiba
Em Curitiba, assembleia reuniu aproximadamente 1,2 mil bancários também na noite de ontem. A exemplo de Londrina, a opção foi pela paralisação nos serviços por tempo indeterminado. O autoatendimento deve continuar aberto ao público.
De acordo com o presidente da Federação dos Bancários do Estado do Paraná, Gladir Basso, em Paranaguá (litoral) a decisão dos bancários também foi pela greve. Ainda segundo Basso, até o fechamento deste edição permaneciam em assembleia os sindicatos das cidades de Maringá, Pato Branco, Goioerê, Cianorte e Umuarama. Hoje acontecem assembleias em Cascavel, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa.
A reportagem da FOLHA tentou contato com a Federação Brasileira de Bancos, mas os telefonemas não foram atendidos pela Diretoria de Comunicação Social da entidade.
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