quinta-feira, 6 de outubro de 2011

80% das agências de Londrina estão paralisadas

Folha de Londrina - Victor Lopes


Ontem, em Londrina, era possível ver o reflexo da greve dos bancários nas lotéricas: movimento maior para o período



Após a orientação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro (Contraf-Cut) aos sindicatos de todo o País para intensificarem a greve dos bancários, mais 14 agências do Paraná aderiram à paralisação da categoria, que chega hoje ao seu décimo dia. Dessas 14 agências, cinco são de Londrina e região, que agora totalizam 84, frente às 79 de terça-feira. Só na cidade, do total de 77 bancos e 10 postos de atendimentos bancários (Pabs), 62 e 5, respectivamente, estão fora de operação, o que corresponde a 80% do total. Agora, há por volta de 15,2 mil bancários em greve no Estado: 63,6% dos 23,9 mil trabalhadores.

Ontem pela manhã, os bancários da Capital realizaram uma manifestação no Centro da cidade para reivindicar que as discussões com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) sejam retomadas o mais rápido possível. Após as duas propostas oferecidas aos bancários em São Paulo no mês passado - ambas negadas - a entidade não propôs mais nenhuma outra rodada de negociações desde então. Justamente por isso, a Contraf exigiu aos sindicatos que a paralisação seja intensificada nos próximos dias. Em Curitiba, os bancários em greve já ultrapassam os 7,2 mil.

Para Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, a Fenaban está ''demorando demais para entender o recado dos bancários''. ''O processo não está nada diferente da greve de outubro do ano passado. É um descaso com nossa categoria. Eles (a Fenaban) estão em silêncio e por isso estamos intensificando o movimento'', ressalta ele.

Nas lotéricas, já é possível perceber o aumento do número de pessoas que precisam dos serviços bancários, principalmente neste início de mês. Um dono de lotérica do Centro da cidade, que preferiu não se identificar, comenta que os pagamentos de contas e depósitos são os serviços mais requisitados. ''O problema é que muitas pessoas ainda não sabem exatamente quais serviços as lotéricas estão autorizadas a realizar. Minha expectativa é que o movimento melhore ainda mais no quinto dia útil'', diz.

A dona de casa Neusa Maria de Souza está utilizando a lotérica para pagar alguns boletos dos seus cartões de crédito. ''Fico preocupada do boleto atrasar e eu não conseguir pagar aqui na lotérica. Junto à greve dos bancários, a paralisação dos correios esta atrapalhando bastante'', afirma. Já a operadora de máquinas Sônia Teles diz que já fica impaciente quando os bancos estão abertos e sempre procura resolver suas pendências nas lotéricas. ''A demora nos banco já é grande, com a greve complica ainda mais'', completa.

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