Gazeta do Povo - João Pedro Schonarth
Agência fechada no Centro de Curitiba: adesão na capital teve queda, tanto em número de agências quanto de funcionários
Quase 6 mil funcionários voltaram a trabalhar entre sexta-feira e ontem na capital, mas a maioria não presta atendimento a clientes
As liminares obtidas na Justiça por dois bancos para manter as agências de Curitiba abertas durante a greve nacional dos bancários apertaram o freio das paralisações. Ontem, todas as agências do Bradesco e do HSBC em Curitiba estiveram abertas, o que reduziu o número de postos de atendimento fechados na região da capital. Mas, como em várias regionais a paralisação se intensificou, no balanço de ontem 616 (44%) das 1.375 agências do estado estavam fechadas, contra 619 na sexta-feira.
Ontem, segundo o Sindicato dos Bancários local, 265 das 468 agências de Curitiba e região permaneciam fechadas – 20 a menos que na sexta-feira.
A redução mais visível está na quantidade de funcionários mobilizados: na semana passada, 15,7 mil dos 17,9 mil trabalhadores de bancos da região de Curitiba estavam parados. Ontem, eram apenas 9,8 mil, especialmente graças ao retorno das atividades no centro administrativo do HSBC, onde se concentra a maioria dos funcionários – no entanto, eles não prestam atendimento a clientes.
O sindicato já recorreu das liminares, para voltar a poder fechar as agências durante a paralisação, mas ainda não há nenhuma decisão da Justiça.
“Nós tivemos uma redução em Curitiba, mas crescemos na região metropolitana. Estamos buscando reverter na Justiça esse quadro em breve, porque muitos bancários voltaram aos bancos por medo. Estamos com foco no aumento durante esta semana”, explica Antônio Luiz Firmino, secretário-geral do sindicato regional.
O Itaú conseguiu liminares semelhantes em Londrina e Paranavaí e conseguiu reabrir suas agências. Pelo interdito proibitório, os sindicatos dessas regionais ficam impedidos de fechar as agências do banco. Os dirigentes sindicais que representam os bancários das duas cidades já recorreram da liminar.
Agências da Caixa dificultam depósitos
Clientes da Caixa Econômica Federal relataram dificuldades para realizar depósitos durante a greve dos bancários. A reportagem esteve ontem e na última sexta-feira em 12 agências de sete bancos no Centro de Curitiba, e apenas nas unidades da Caixa havia problemas com o depósito, indicando que se trata de um problema restrito ao banco estatal.
Das três agências da Caixa visitadas nos dois dias, só a da Praça Tiradentes oferecia o serviço de depósito, com restrição. Havia envelopes, mas, dos 11 terminais que oferecem o serviço, apenas quatro tinham ativada a opção de depósito. Nas agências da Praça Carlos Gomes e da Travessa Oliveira Belo, não havia envelopes nem a opção de depósito ativada.
A assessoria da Caixa informou que o problema não ocorre em todas as agências – naquelas em que a operação de depósito não é permitida, segundo o banco, falta uma quantidade mínima de funcionários para garantir o serviço, o que levou à desativação. A recomendação para os clientes que não encontrem uma agência com a opção disponível é ir a uma casa lotérica, onde os depósitos são limitados a R$ 1 mil.
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