sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Apesar dos interditos proibitórios, adesão à greve dos bancários no Paraná sobe para 85%

Paraná Online - Joyce Carvalho e Olavo Pesch


A greve dos bancários chega ao quarto dia nesta sexta-feira (30). Segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, já são 285 agências fechadas e mais de 17 mil funcionários de braços cruzados. Em todo o Paraná, a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (Fetec-PR) aponta que cerca de 20,5 mil trabalhadores - 85% da categoria - aderiram à greve e 619 das 3.175 agências estão com as portas fechadas.

Na região de Curitiba, a Justiça do Trabalho já concedeu interditos proibitórios a três bancos (Itaú, Bradesco e HSBC), proibindo o sindicato de bloquear o acesso de funcionários e clientes às agências com faixas e cartazes. A 20ª Vara do Trabalho de Curitiba determinou multa de R$ 10 mil diários ao sindicato em caso de descumprimento da decisão favorável ao HSBC. "Não se pode confundir o direito de greve, constitucionalmente previsto, com a possibilidade de impedir os trabalhadores que assim queiram de trabalhar, bem como com atitudes violentas e prejudiciais à ordem e aos bons costumes", observou a juíza Adayde Santos Cecone em seu despacho. O pedido do Santander contra a greve foi negado e o do Banco do Brasil ainda está em análise.

Em Umuarama, onde a adesão chega a 92,5%, a Justiça do Trabalho concedeu liminar ao Ministério Público proibindo o banco Bradesco de quaisquer práticas que tenham como objetivo impedir os trabalhadores bancários de exercerem o direito de greve.

A população continua tendo acesso apenas aos caixas eletrônicos, além de postos avançados de atendimento. Foi feito um acordo para manter abertas quatro agências do Banco do Brasil na capital, mas apenas para atender servidores públicos que não possuam cartões magnéticos e que recebem seus salários diretamente no caixa. O esquema funciona nesta sexta-feira (30) e na próxima segunda-feira (3/10). Ficam abertas as agências Novo Mundo, Bairro Alto, Universidade e Comendador Araújo.


Denúncias - O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região informou que continua recebendo denúncias de
pressão em cima dos funcionários para que permaneçam trabalhando apesar da greve. Mesmo com os trabalhadores em atividade, não há atendimento ao público.

Houve ainda uma denúncia de que o gerente de uma agência no bairro Pinheirinho teria colocado os bancários dentro do cofre. Isto teria acontecido para tentar escapar do "flagrante" da comissão de greve, que já havia recebido a denúncia de que o gerente teria forçado os trabalhadores a entrarem na agência pela porta dos fundos.

O sindicato também recebeu a denúncia de um funcionário grevista de um banco público de que o gerente geral da agência Pinheirinho estaria pressionando bancários em greve para que fossem trabalhar na agência Jardim das Américas. O objetivo do deslocamento seria para manter o funcionamento normal dos processos habitacionais.

Segundo o sindicato, o gerente regional de um banco privado estaria ligando para todas as agências da Grande Curitiba, pressionando os gerentes a colocarem todos os bancários para trabalhar. O sindicato está encaminhando todas as denúncias para o Ministério Público do Trabalho.

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