quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Greve fecha quase 300 agências no PR

Folha de Londrina - Andréa Bertoldi e Mariana Fabre
Nas agências do Centro e das avenidas Tiradentes, Higienópolis, Bandeirantes e Maringá, só o atendimento eletrônico funcionou ontem


Conforme Sindicato dos Bancários, a paralisação mobilizou ontem 65% da categoria em todo o Estado

Curitiba - O primeiro dia da greve dos bancários começou com 114 agências (24,35%) de um total de 468 e mais 13 centros administrativos fechados em Curitiba e Região Metropolitana. De acordo com informações do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, a paralisação mobilizou ontem 11.680 trabalhadores de um total de 17.900, ou 65% da categoria.

Do total de agências fechadas, 32 eram de bancos públicos e 82 bancos privados. A categoria paralisou as atividades de quatro centros administrativos do Banco do Brasil, quatro do HSBC, dois da Caixa, um do Itaú, um do Bradesco e um do Santander.

Ontem, um levantamento realizado entre os sindicatos dos bancários filiados à Fetec-CUT-PR, que representa 80% da categoria no Estado, mostrou que 299 agências de um total de 1.375 estavam fechadas sendo 21 em Apucarana, 20 em Campo Mourão, 8 em Cornélio Procópio, 17 em Guarapuava, 45 em Londrina, 13 em Paranavaí, 23 em Toledo e 38 em Umuarama. Em Arapoti, a greve deve começar hoje.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias, classificou como muito positivo o primeiro dia de mobilização, tanto em Curitiba como no Interior do Estado. ''Isso mostra a insatisfação dos bancários. Esperamos que, com a mobilização, tenha avanço na mesa de negociação'', afirmou.

Dias comentou que a greve deve tomar corpo a partir de hoje com mais participação da categoria. No ano passado, a paralisação durou 15 dias. ''Esperamos que não tenha a necessidade da greve durar o mesmo tempo que em 2010'', declarou.

O sindicalista lembrou que os bancos ofereceram apenas 8% de reajuste salarial. Os bancários querem 12,80% de aumento. ''Existe margem para chegar a um consenso'', afirmou. Além disso, a categoria reivindica valorização do piso salarial que hoje é R$ 1.350,00 para o valor recomendado pelo Dieese que equivale a R$ 2.297,00.

Dias afirmou que há a possibilidade de distribuir melhor os resultados dos bancos com a alta lucratividade que o sistema financeiro teve no último ano. Entre outras reivindicações, a categoria também quer mais segurança nas agências bancárias de todo o País.

Londrina - Em Londrina, perto de 50 agências bancárias de um total de cerca de 70 aderiram ontem à paralisação. Segundo o Sindicato dos Bancários de Londrina, o movimento contou com a participação de aproximadamente 1.280 bancários. O presidente do sindicato, Wanderley Crivellari, observou que este ''foi o começo de greve mais forte dos últimos anos''.

As agências fechadas ontem estão concentradas no Centro e nas avenidas Higienópolis, Tiradentes e Maringá. ''Os Cinco Conjuntos e algumas agências em outros pontos da cidade também aderiram'', garantiu Crivellari, completando que agências em Rolândia, Cambé e Uraí também participaram da mobilização.

Segundo Crivellari, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não teria buscado um acordo com a categoria em relação à reivindicação salarial. Hoje o Sindicato pretende expandir a greve para outros bairros e em outros municípios da região.

Transporte de funcionários - Um dos bancos afetados voltou a realizar uma prática já adotada em anos anteriores: o transporte, em helicópteros fretados, de funcionários do Parque Barigui, em Curitiba, para o Centro Administrativo do bairro Xaxim. O Sindicato dos Bancários classificou a estratégia como uma tentativa de coibir o direito de greve dos trabalhadores.

O banco informou em nota que respeita o direito democrático da manifestação dos sindicatos. No entanto, ''para manter seu plano de contingência, está utilizando helicópteros para que seus funcionários tenham acesso aos centros administrativos, medida aprovada pelos órgãos policiais e da aeronáutica''.

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