Em entrevista à Rádio Banda B na manhã desta terça-feira (28), o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana, João Soares, falou sobre os problemas que a greve dos bancários causa à classe e destacou que os bancos privados investem pouco em segurança, especialmente o Santander e o Itaú.
Segundo João Soares, a greve dos bancários não afeta diretamente a classe, mas exige mais atenção dos vigilantes dos bancos que precisam redobrar os cuidados nos caixas eletrônicos, mais visados pelos marginais nos períodos de greve.
De acordo com o presidente do Sindicato, os bancos privados deixam a desejar na questão da segurança dos clientes, funcionários e prestadores de serviços, principalmente os bancos Santander e Itaú.
“Os banqueiros se preocupam muito com a segurança do dinheiro, mas esquecem a das pessoas. O banco Santander, por exemplo, investe pouco em segurança. Faltam câmeras de segurança com filmagem em tempo real”, atestou Soares. “O banco Itaú não cumpre a lei da obrigatoriedade da instalação de biombos em frente aos caixas, e aí quem sofre é o cliente, que fica exposto ao crime da saidinha de banco, justamente pela negligência do banco”, disse o presidente.
O Sindicato dos Vigilantes divulgou nesta segunda-feira (27) o balanço dos últimos três meses com números preocupantes. Em Curitiba e região, neste ano, já foram registrados 27 ataques a bancos, com duas mortes. Como comparativo, no Paraná, durante todo o ano de 2010 foram registrados 52 casos.
“Em 2011 este número já subiu para 84 casos de ataques a banco e ainda estamos em setembro”, destacou João Soares, que ainda mostrou o ranking nacional. “O Paraná é o segundo estado da federação em número de assalto a bancos. São Paulo segue em primeiro”, esclareceu.
O Sindicato dos Vigilantes inicia uma campanha salarial forte, visando recuperar as perdas dos últimos anos. Outra reivindicação importante da classe é justamente a melhoria na segurança aos prestadores de serviço às instituições financeiras.
“Infelizmente a segurança pública proporcionada pelo estado é deficiente. Por isso a categoria cresceu muito. Hoje, a segurança privada é fundamental para a sociedade, de uma forma geral”, concluiu João Soares.
Entenda as solicitações: O Comando Nacional propõe uma série de medidas para combater o crime de saidinha de banco, que já levou à morte dezenas de pessoas em 2011. Entre as medidas, está a instalação de biombos entre a fila e os caixas, já adotada por algumas empresas. Os trabalhadores manifestaram também sua preocupação com a situação dos bancários nos municípios em que foram aprovadas leis proibindo o uso de celulares dentro das agências. Os representantes dos bancários alertaram ainda que essa tarefa pode desviar a atenção dos vigilantes da segurança dos estabelecimentos.
O Comando Nacional ainda cobra a implementação dos seguintes equipamentos de segurança, como forma de prevenção contra os assaltos e sequestros:
- instalação de portas individualizadas de segurança com vidros à prova de balas, antes do auto-atendimento, em todos os acessos aos estabelecimentos;
- câmeras de filmagem em todas as áreas internas e externas de circulação de clientes e usuários, com monitoramento em tempo real fora das agências e postos;
- instalação de divisórias individualizadas na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos, bem como de biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas, para garantir a privacidade e impedir a visualização de terceiros;
- instalação de vidros em frente aos guichês de caixa;
- vidros blindados nas fachadas dos bancos; - malhas finas de aço nas janelas que dão acesso às ruas;
- Proibir a triagem de clientes antes do acesso à parte interna das agências e postos para fins de depósitos e saques em dinheiro, como forma de combater o crime da "saidinha de banco";
- Instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário